Filosofia, perguntado por bryanphelpis, 3 meses atrás

POR FAVOR, ME AJUDEMM!!!!
"CIÊNCIA, INTERESSE E PODER". O cientista que quer ser inovador, que quer criar história, deve ser um estrategista de interesses. Ele deve criar vínculos, encontrar aliados, criar relações de força favoráveis. Ele deve certamente aceitar certas imposições: Lyssenko é o exemplo daquilo que é preciso evitar, aquele que jogou de maneira direta o poder do Estado soviético contra seus colegas. Se um biólogo, porém, consegue fazer com que, por exemplo, se aceite um vínculo entre sua pesquisa e o problema da Aids, ele terá mais crédito financeiro, mais prestígio e terá feito seu trabalho de cientista: se suas pesquisas não contribuírem para a resolução do problema, ninguém o censurará. As ciências não são nem empreendimentos puros, inocentes, vítimas de poderes que desviam o sentido das pesquisas, nem os cúmplices servis dos poderes. O cientista procura interessar àqueles que o ajudarão a fazer a diferença, a criar história, e nenhum limite intrínseco define aqueles a quem ele não deve procurar interessar. Eventualmente certas preocupações políticas ou morais impedirão um físico de dizer aos militares: “nós poderíamos conceber um novo tipo de arma a partir de minha proposição”. Eventualmente, mas não seria na qualidade de cientista que ele se recusaria a isso. Enquanto cientista seu trabalho é de interessar, e interessara todos aqueles que podem ajudá-lo a criar uma história que passe por ele. Tal cientista, porém, poderá também, e com a consciência limpa, enganar os militares, conseguir interessá-los por aquilo que ele sabe que não passa de uma ficção. Isso também faz parte da profissão. As ciências não traduzem de maneira servil os interesses daqueles de quem dependem, e sim reinventam o sentido para seu proveito. Em contrapartida, há uma coisa que elas traduzem fielmente: as relações de forças sociais que determinam aqueles a quem é interessante interessar, aqueles que podem ajudar a fazer a diferença.[...]A utopia que minha crítica propõe não é a de uma ciência “pura”, “desinteressada”, “sem ideologia”. Não se trata de dizer aos cientistas: “parem de interessar”, o que significaria dizer: “deixem de ser cientistas”. O verdadeiro problema é político. A ciência é amoral no sentido em que interessa a quem pode fazer a diferença, e no sentido em que coloca o problema geral de nossas sociedades. Mas, como sempre é o caso, ela o coloca de um modo singular, ao qual podem corresponder, aqui e a agora, respostas singulares. No que me concerne, aqui e agora, eu tento complicar a situação, isto é, a diferenciação clara demais entre aqueles a quem os cientistas interessam (e surpreendentemente que, em francês, essa última frase tenha um duplo sentido indecidível: não se pode saber quem é o sujeito, quem é o alvo) e o “público”. Por isso tento fazer proliferar os interesses a propósito da ciência, multiplicar o número daqueles que serão capazes de apreciar, avaliar as operações científicas, admirá-las e rir delas. [...][...] As escolhas e as orientações em matéria de ciência serão reconhecidas por aquilo que são: questões políticas. Que elas o sejam é algo que muitos sabem, em princípio, mas, de maneira geral, eles sempre chegam tarde demais, criticam uma ciência já feita. É preciso que as controvérsias interessem ao que então não se chamará mais de “público”. Político também é o modo de formação dos cientistas, acerca do qual sabemos que ele é feito para separar ao máximo a competência dos especialistas e a eventual “boa vontade” do cidadão que o cientista também é. Nem todos os cientistas estão prontos para interessar a qualquer custo, mas mesmo aqueles que não o estão calculam mal o sentido do interesse que seu trabalho pode suscitar[...]. (Stengers, Isabelle. Quem tem medo da ciência?: ciências e poderes. São Paulo: Siciliano, 1990. p. 104-107.)
Quais as relações entre ciência e política, segundo a autora? E como as questões políticas interferem na ciência? E o inverso também pode acontecer?

Soluções para a tarefa

Respondido por luckasanthonysilva
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Resposta:

as relações entre ciência e política são que ambas buscam fazer que a população acredite que vao resolver seus problemas,mas muitas vezes não o resolvem ganham muitos mas so querem prestigio e atenção e ambas fazem o que for preciso pra alcançar seus objetivos fazem alianças criam estratégias mentem obtém dinheiro público pra orcamento e muitas vezes falham

as questões políticas interferm na ciência de modo se um goveno entrar em guerra ou tiver planos pra acabar com populações a ciência terá que criar armas quimicas,biologicas, ou ate mesmo a cura pra tal arma,e a politica interfere no orçamento científico deixando maior orçamento pra pesquisas de doenças incursveis e militares bélicas.

sim o inverso pode acontecer,pois a ciência pode interferir na politica criando "chantagens" : caso nao financiem tal projeto as pessoas vao adorcer,vamos perder futuras guerras e com isso a politica tem que ter investimento fixo na ciência e apoiar seus movimentos e pesquisas....

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