POR FAVOR ME AJUDEM PRECISO PARA AMANHÃ E ESTOU SEM TEMPO!!!
TEXTO COISAS ANTIGAS
Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual a origem desse carinho.
Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel, etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.
Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.
Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para sumir
Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá-lo em coisa alguma.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Record, 1993.
1- A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que ele é:
A) um artigo de opinião
B) um artigo científico
C) uma crônica
D) uma reportagem
2- Considerando as idéias desenvolvidas pelo autor, o texto tem a finalidade de :
A) vender um produto anunciado
B) informar as funções do objeto descrito
C) relatar, através de linguagem literária, o sentimento despertado por um objeto do cotidiano
D) comparar objetos antigos que subsistiram ao tempo e objetos modernos
3- O assunto principal do texto é:
A) o guarda-chuva, independente de seu material, é sempre útil.
B) a permanência de um objeto, resistindo às mudanças, devido à sua funcionalidade original.
C) a mudança de sentimento do autor pelo objeto descrito.
D) o guarda-chuva, em qualquer época, tem o costume de se perder e de se mudar de dono.
4- A mudança de sentimento do autor em relação ao guarda-chuva está contida em:
A) “... pendurei o guarda-chuva e me pus a contemplá-lo”
B) “... meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho...”
C) “... de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças.”
D)” ... e eu fiquei curioso de saber qual a origem desse carinho”.
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Resposta:
eu acho q a primeira ea b da segunda não sei perfeitamente
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