por favor me ajudem! -Leia o fragmento e responda à questão. [...] Se não quer, por que exibe as graças em vez de esconder? Hei de chupar a carótida de uma por uma. Até lá enxugo os meus conhaques. Por causa de uma cadelinha como essa que aí vai rebolando-se inteira. Quieto no meu canto, ela que começou. Ninguém diga sou taradinho. No fundo de cada filho de família dorme um vampiro – não sinta gosto de sangue. Eunuco, ai quem me dera. Castrado aos cinco anos. Morda a língua, desgraçado. Um anjo pode dizer amém! Muito sofredor ver moça bonita – e são tantas. Perdoe a indiscrição, querida, deixa o recheio do sonho para as formigas? Ó, você permite, minha flor? Só um pouquinho, um beijinho só. Mais um, só mais um. Outro mais. Não vai doer, se doer eu caia duro a seus pés. Por Deus do céu não lhe faço mal – nome de guerra é Nelsinho, o Delicado. Olhos velados que suplicam e fogem ao surpreender no óculo o lampejo do crime? Com elas usar de agradinho e doçura. Ser gentilíssimo. A impaciência é que me perde, a quantas afugentei com gesto precipitado? Culpa minha não é. Elas fizeram o que sou — oco de pau podre, onde floresce aranha, cobra, escorpião. Sempre se enfeitando, se pintando, se adorando no espelhinho da bolsa. Se não é para deixar assanhado um pobre cristão por que é então? Olhe as filhas da cidade, como elas crescem: não trabalham nem fiam, bem que estão gordinhas. Essa é uma das lascivas que gostam de se coçar. Ouça o risco da unha na meia de seda. Que me arranhasse o corpo inteiro, vertendo sangue do peito. Aqui jaz Nelsinho, o que se finou de ataque. Gênio do espelho, existe em Curitiba alguém mais aflito que eu? [...]Referência 1TREVISAN, Dalton. O Vampiro de Curitiba. Disponível em: < https://docs.google.com/file/d/0B8CgHMVEFuyOZkdfTHBnVFozRFE/edit>. Acesso em: mar. 2017. (Fragmento)EnunciadoA prosa contemporânea é produzida fundamentada em diversos elementos, sendo um período muito heterogêneo. Com base na leitura do fragmento, é possível compreender que a obra de Dalton Trevisan, por exemplo:
a) trabalha com o narrador onisciente, com o objetivo de imprimir à narrativa maior veracidade e convencimento do leitor.
b) possui um caráter psicológico, uma vez que o personagem apresenta uma extrema profundidade moral, por meio de questionamentos existencialistas em seus monólogos interiores.
c) relata situações de violência e sua linguagem é extremamente concisa e coloquial, contendo certo humor negro e crítico.
d) defende o machismo e o texto possui um embasamento profundamente conservador.
e)compõe um conto que trata da beleza da mulher, de maneira a exaltar suas qualidades, revelando um aspecto romântico na sua descrição idealizada.
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4
Absolutamente, alternativa D.
Toda a narrativa se constrói com base nas noções do sujeito narrador - um homem -, noções essas sobre supostas inclinações alheias - femininas. Há trechos em que cita seu descontrole enquanto culpa da própria vítima de seu assédio. No geral, esse texto é o motor da cultura do estupro, carregado de prepotência e desrespeito. O autor pressupõe que as moças, além de se arrumarem com intuito apenas de agradar homens, ao o fazerem estão coniventes à sofrer qualquer violação.
rafa25011:
muito obrigado mano
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