História, perguntado por felipeliberato, 10 meses atrás

Populismo: demagogia ou emergência popular?

“No dia 3 de outubro, no Rio de Janeiro, era meio milhão de miseráveis, analfabetos, mendigos famintos e andrajosos, espíritos recalcados e justamente ressentidos, indivíduos tornados pelo abandono homens boçais, maus e vingativos, que desceram os morros embalados pela cantiga da demagogia berrada de janelas e automóveis, para votar na única esperança que lhes restava: naquele que se proclamava pai dos pobres, o messias charlatão.” Foi desta maneira que a revista Anhembi descreveu a ampla vitória eleitoral de Getúlio Vargas nas eleições presidenciais de 1950. Mas essa postura moralista acaba por evidenciar uma absoluta perplexidade perante a explosiva emergência política das massas no cenário brasileiro após a queda do Estado Novo, em 1945. E ao considerar as grandes lideranças políticas, o movimento das massas em sua relação com o Estado, os partidos e as eleições do período 1945-1964 como pura demagogia, joga-se fora a possibilidade de compreensão de uma etapa de fundamental importância na história do Brasil contemporâneo. De acordo com o texto, podemos concluir que:

( )O populismo teve vida muito curta na história política do Brasil no século XX.

( )O populismo é um episódio político que permanece sem alteração no processo eleitoral brasileiro.

( )O populismo pode ser compreendido como o reconhecimento da presença das massas no cenário político nacional.

( )O populismo não deve ser enxergado como a manipulação das massas rurais no Brasil recente.

Soluções para a tarefa

Respondido por EduardoPLopes
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É correta a alternativa C.

O texto, que tem um teor fortemente crítico de Vargas, da sua campanha e também daqueles que nele votaram, reconhece que a sua vitória, mesmo que "injusta e mentirosa", foi a consequência da participação das massas no cenário político nacional.

No Brasil de então (década de 1950) este fenômeno era algo relativamente recente: até 1934 a maioria dos pobres não tinha sequer direito ao voto, e, mesmo os que votavam, era esperado que, por conta da instituição do Coronelismo, votassem nos candidatos que representavam os interesses da elite, sendo novidade uma participação efetiva e profunda das massas na condução da vida política nacional.

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