poluição e queimadas 2015 a 2020
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Resposta:
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Explicação:
Estendendo-se por quase metade do território brasileiro e abrangendo nove de seus estados, a região amazônica é o lar de mais de 20 milhões de brasileiros. Desde 1985 – quando o governo começou a monitorar o desmatamento na Amazônia –, mais de meio milhão de quilômetros quadrados foram destruídos. Esse desmatamento geralmente resulta em queimadas, iniciadas por pessoas que ateiam fogo na vegetação remanescente, frequentemente ilegalmente, depois de terem removido as árvores de maior valor. Embora essas queimadas ocorram ao longo do ano na Amazônia a fim de preparar áreas para agricultura, pecuária ou especulação de terras, elas geralmente atingem seu pico durante a estação seca, entre os meses de julho e outubro. Essas queimadas produzem poluição atmosférica que representa um grave risco para a saúde. Crianças, pessoas idosas, gestantes e pessoas com doenças pulmonares ou cardíacas preexistentes são especialmente vulneráveis.
Este relatório, realizado em parceria entre o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e a Human Rights Watch, avalia o impacto que as queimadas associadas ao desmatamento na Amazônia brasileira tiveram sobre a saúde em 2019. O IPAM conduziu uma análise do desmatamento e das tendências das queimadas no ano com base em dados oficiais. O IEPS conduziu uma análise estatística dos impactos destas queimadas na saúde com base em dados oficiais sobre poluição do ar e internações hospitalares por doenças respiratórias (o estudo estatístico está disponível aqui. A Human Rights Watch conduziu entrevistas com autoridades e profissionais da área da saúde e outros atores relevantes em cinco estados da Amazônia brasileira, e também revisou documentos e políticas públicas.
As conclusões deste relatório indicam que as queimadas associadas ao desmatamento na Amazônia tiveram um impacto negativo significativo na saúde pública na região em 2019. Isso incluiu 2.195 internações devido a doenças respiratórias atribuíveis às queimadas, de acordo com a análise estatística realizada pelo IEPS em parceria com IPAM e Human Rights Watch. Destas internações, 467 (21 por cento) foram de bebês de 0 a 12 meses de idade e 1.080 (49 por cento) foram de pessoas idosas, com 60 anos ou mais. O estudo descobriu que os pacientes passaram um total de 6.698 dias no hospital em 2019 em razão da exposição à poluição do ar decorrente das queimadas.
O impacto total das queimadas na saúde se estendeu muito além desses casos. Muitas pessoas na Amazônia têm acesso limitado a serviços de saúde, de modo que o impacto pode não estar representado pelos dados relativos a internações. Os dados disponíveis também excluem serviços privados de saúde, embora um quarto dos brasileiros possua planos de saúde privados e tendam a buscar atendimento nesses estabelecimentos. Também não incluem o número muito maior de pessoas cujos problemas respiratórios, embora sérios, não exigiram internação.