Polinização da goiabeira
Soluções para a tarefa
A biologia floral, o sistema reprodutivo, o comportamento de forrageio
dos visitantes florais e a contribuição da polinização para o sucesso
da cultura, foram estudados em Psidium guajava L. Os experimentos
foram realizados, com a variedade Paluma, em Petrolina, PE, durante
os anos de 2005 e 2006. Foi registrada uma média de 403 ± 12
estames e 629 ± 19.8 óvulos por flor. A antese ocorreu entre 5h
e 5h30min, com emissão de odor adocicado, estando os grãos de
pólen disponíveis. A flor durou em média 32 horas. Mais de 95%
dos grãos de pólen permaneceram viáveis, por mais de 10 horas e
a receptividade estigmática se estendeu pelo mesmo período. Foi
verificado que pode ocorrer autopolinização espontânea (62,1%).
Porém, obteve-se um maior percentual (74,5%) de frutificação com
a polinização natural. A queda de frutos imaturos ocorreu até os
120 dias, com as maiores taxas (24% a 45%) registradas aos 60
dias, após a polinização. Não houve polinização pelo vento nem
diferença significativa entre peso, diâmetro e comprimento dos frutos,
espessura da polpa e concentração de açúcares, em relação aos
tipos de polinização realizados. Registrou-se uma correlação positiva
entre o peso dos frutos e número de sementes. Os visitantes florais
identificados foram Apis mellifera, Melipona mandacaia, Trigona
spinipes, Exomalopsis analis, Partamona seridoensis, Frieseomelitta
doederleini, Centris aenea, Xylocopa grisescens, X. frontalis, X.
cearensis e Ptiloglossa sp. O pico de visitação dessas abelhas
ocorreu entre 5h30min e 6h30min. As abelhas C. aenea e as do
gênero Xylocopa, por causa do seu comportamento, número de
grãos de pólen depositados no estigma, carga polínica e constância
floral, foram consideradas como polinizadores efetivas da cultura.
Entretanto, por causa da disponibilidade de colônias populosas e da
abundância de A. mellifera nas flores, elas podem ser consideradas
potenciais polinizadores da cultura da goiabeira na região