*Pokémon: Detetive Pikachu*
Pokémon: Detetive Pikachu consegue resolver o enigma das adaptações de games ao cinema de uma maneira muito simples: ignorando completamente a necessidade de adaptar o jogo às telonas. [...]
A negação vem logo na primeira cena, quando o protagonista Tim (Justice Smith) tenta, a contragosto, capturar um Cubone a pedido de um amigo. A vontade de se distanciar vem de motivos pessoais que vêm à tona quando o rapaz é obrigado a lidar com um mistério envolvendo seu pai e seu parceiro, Pikachu (Ryan Reynolds).
Ao melhor estilo de investigação policial, Tim e Pikachu vão procurando pistas sobre os enigmas deixados pelo misterioso incidente em Ryme City, um paraíso no qual humanos e monstrinhos vivem em harmonia, sem a necessidade da relação de treinamento de pokémon tão popular nos jogos – em mais uma negação de tradições da série.
Mas o principal é que o longa sabe como utilizar o que os fãs reconhecem como importante nos jogos para avançar a trama de forma construtiva, seja utilizando as habilidades de um Mr. Mime ou do transmorfo Ditto, seja colocando as famigeradas batalhas pokémon em clubes clandestinos. [...]
Enquanto o consenso geral é que ainda esperamos um filme que acerte a tradução do “feeling” dos jogos nas telonas da mesma forma que os super-heróis conseguiram há muitos anos, Detetive Pikachu pode ter fornecido o caminho das pedras, com um misto de apego e desprezo ao material original que, por incrível que pareça, vai fazer o fã de Pokémon sair do cinema satisfeito.
Qual trecho desse texto é um argumento que sustenta a tese de que o filme Pokémon: Detetive Pikachu é uma boa adaptação do jogo para o cinema?
(A)“... o rapaz é obrigado a lidar com um mistério envolvendo seu pai e seu parceiro, Pikachu...”. (2º parágrafo)
(B)“...Tim e Pikachu vão procurando pistas sobre os enigmas deixados pelo misterioso incidente em Ryme City...”. (3º parágrafo)
(C)“... o principal é que o longa sabe como utilizar o que os fãs reconhecem como importante nos jogos para avançar a trama de forma construtiva,...”. (4º parágrafo)
(D)“... o consenso geral é que ainda esperamos um filme que acerte a tradução do ‘feeling’ dos jogos nas telonas da mesma forma que os super-heróis...”. (5º parágrafo)
Soluções para a tarefa
Resposta:
Pokémon: Detetive Pikachu consegue resolver o enigma das adaptações de games ao cinema de uma maneira muito simples: ignorando completamente a necessidade de adaptar o jogo às telonas.
É claro que temos elementos clássicos da celebrada franquia de caçar monstrinhos, mas eles funcionam como um pano de fundo de uma aventura que, embora não se apoie 100% na premissa básica dos games, sabe representar o que ela tem de especial - e isso faz toda a diferença.
A negação vem logo na primeira cena, quando o protagonista Tim (Justice Smith) tenta, a contragosto, capturar um Cubone a pedido de um amigo. A vontade de se distanciar vem de motivos pessoais que vêm à tona quando o rapaz é obrigado a lidar com um mistério envolvendo seu pai e seu parceiro, Pikachu (Ryan Reynolds).
Ao melhor estilo de investigação policial, Tim e Pikachu vão procurando pistas sobre os enigmas deixados pelo misterioso incidente em Ryme City, um paraíso no qual humanos e monstrinhos vivem em harmonia, sem a necessidade da relação de treinamento de pokémon tão popular nos jogos - em mais uma negação de tradições da série.
É claro que os fãs mais puristas vão lembrar que o filme em si adapta parcialmente a história de um jogo: o título homônimo do longa, lançado para o Nintendo 3DS em 2016. Mas o principal é que o longa sabe como utilizar o que os fãs reconhecem como importante nos jogos para avançar a trama de forma construtiva, seja utilizando as habilidades de um Mr. Mime ou do transmorfo Ditto, seja colocando as famigeradas batalhas pokémon em clubes clandestinos.
Ao colocar estes elementos como um fan service ora discreto, ora descarado (a quantidade de monstrinhos diferentes vivendo suas vidas a cada cena é abismal), o longa ganha fôlego para um roteiro simples, mas cheio de reviravoltas interessantes e até mesmo boas cenas de ação.
Tudo isso é envolvido por uma adaptação semi realista dos visuais de monstrinhos que já foi bastante comentada, mas funciona surpreendentemente bem no decorrer da aventura. Em uma mistura delicada dos traços de anime com algumas características de animais reais, monstrinhos como Aipom, Charizard e Greninja vão roubando a cena com a mesma peculiaridade vista nos jogos ou no anime, mas com uma estética que não parece estranha frente aos atores de carne e osso.
Enquanto o consenso geral é que ainda esperamos um filme que acerte a tradução do "feeling" dos jogos nas telonas da mesma forma que os super-heróis conseguiram há muitos anos, Detetive Pikachu pode ter fornecido o caminho das pedras, com um misto de apego e desprezo ao material original que, por incrível que pareça, vai fazer o fã de Pokémon sair do cinema satisfeito.
Explicação: