Português, perguntado por karinaamelio42, 1 ano atrás

Pois o vento, o Só, a lua,
A chuva e a terra também,
Tudo é coisa minha e sua,
Seu dotô conhece bem.
Pra se sabê disso tudo
Ninguém precisa de estudo;
Eu, sem escrevê nem lê,
Conheço desta verdade,
Seu dotô, tenha bondade
De uvi o que vô dizê.

Não invejo o seu tesôro,
Sua mala de dinhêro
A sua prata, o seu oro
O seu boi, o seu carnêro
Seu repôso, seu recreio
Seu bom carro de passeio,
Sua casa de morá
E a sua loja surtida,
O que quero nesta vida
É terra pra trabaiá.

Iscute o que tô dizendo,
Seu dotô, seu coroné:
De fome tão padecendo
Meus fio e minha muié.
Sem briga, questão nem guerra,
Meça desta grande terra
Umas tarefa pra eu!
Tenha pena do agregado
Não me dêxe deserdado
Daquilo que Deus me deu.

(Assaré, P. do. Trecho final de "A terra é naturá". In: Inspiração nordestina. S. P.: Hedra, 2006. p. 330-331.)

QUESTÃO 3
Esse texto estabelece uma reflexão
A)

consciente acerca da precariedade da vida do sertanejo nordestino.
B)

intimista e sonhadora acerca das condições sociais do sertanejo.
C)

objetiva acerca da urgência de se consolidar a reforma agrária.
D)

simplista sobre a questão da redistribuição de terras improdutivas.

Soluções para a tarefa

Respondido por brendaisis
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Letra a.

O texto nos apresenta as condições precárias em que vive o povo sertanejo nordestino, apresentando-nos uma importante reflexão acerca da condição de vida dos mesmos.

Isso pode ser notado de forma mais evidente quando o autor cita a morte das famílias em decorrência da fome. A falta de trabalho é evidenciada como agravante, principalmente diante do pedido do sertanejo por uma ocupação no meio em que vive.

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