Poema que aconteceu
"Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.
A mão que escreve este poema
não sabe o que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse."
(Disponível em: Carlos Dummond de Andrade, "Poema que aconteceu", por Bárbara Silva - YouTube. Acesso em 28 set. 2021.)
No poema acima, o eu lírico emprega recursos expressivos dentre os quais se destaca
A) a intertextualidade, já que o poema retoma outros textos.
B) o eufemismo, uma vez que as afirmações foram atenuadas.
C) a metalinguagem, pois a linguagem foi usada para se referir a ela própria.
D) a denotação, visto que as palavras foram empregadas no sentido de dicionário.
E) a comparação, dado que foram utilizadas analogias com elementos comparativos explícitos.
#simuladoENEM2021
Soluções para a tarefa
A alternativa correta é a letra C, o elemento central é o código. O poema utiliza um poema para escrever sobre a própria escrita da poesia. Assim, o código explica o próprio código.
Em relação às outras alternativas:
a) INCORRETA. Não há indícios de relação intertextual entre o texto em análise e outro qualquer.
b) INCORRETA. Não é utilizado eufemismo para atenuar ideias.
d) INCORRETA. O poema não apresenta a figura de linguagem comparação, pois não apresenta uma analogia com a presença de elementos comparativos – “como” e “tal qual”, por exemplo.
e) INCORRETA. O poema tem foco na conotação, ou seja, no uso das palavras no sentido figurado, e não da denotação, como observado em : “o mundo parou de repente” e “domingo sem fim nem começo.”
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A respeito do recurso expressivo que se destaca é o da metalinguagem, pois uma estrofe do poema explica a outra, como se houvesse dois poemas em um só. A linguagem foi utilizada para se referir a ela própria, portanto, a alternativa adequada é a C.
Na primeira estrofe nota-se que há um caráter positivo ao se referir ao domingo, à vida e ao mundo. Contudo, Carlos Drummond se opõe à própria escrita na segunda estrofe, pois afirma que a mão que escreve o poema citado não sabe o que está escrevendo e, se sabe, tampouco liga para isso.
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