História, perguntado por rikkkkkk, 8 meses atrás

Poema de um poeta negro​

Soluções para a tarefa

Respondido por carolpresm
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Resposta:

MELANCOLIA

Oh! se eu morresse no cair da tarde,

De tarde amena, quando a lua vem

Chovendo prata sobre o liso mar,

Trajando as vestes, qu’a pureza tem.

Então talvez eu merecesse afetos,

Desses qu’apenas alcancei sonhando;

Talvez um pranto bem sentido, e triste,

Meu frio rosto rociasse brando.

A ti poeta ─ mais te vale a morte

Na flor da vida ─ a sepultura, os céus!

Quem sofre a terra te compreende as dores?

Teus sofrimentos, quem compreende? Deus!

Sim, venha a morte libertar-me, amiga

Da triste vida, qu’a ninguém comove…

Bem-vinda sejas ─ teu palor me agrada,

E a crua foice, que tua destra move.

E tu sepulcro, ─ tu gélido, e negro,

Eu te saúdo, oh! companheiro nu!

Talvez meus cantos te penetrem o seio,

Pálido afeto, me dispenses tu.

Não terá prantos sobre a lisa campa,

Quem peito humano a lhe gemer não tem;

Oh! não poeta: ─ se alvorada chora

Bebe esse pranto, qu’adoçar-te vem.

Inda me resta no correr da vida,

Essa esperança de morrer… a só.

Sentida ─ triste, qu’o sofrer ameiga,

Que segue o homem té fundir-se em pó.

Morra eu ao menos no cair da tarde,

A hora maga, que se pensa em Deus,

Em que se escuta misteriosos cantos,

Concertos sacros nos longínquos céus.

Então já queixas não farei da sorte,

Rirei da vida qu’amargar sentia;

Compensa as dores d’um viver sentido,

Morrer a hora do cair do dia.

Maria Firmina dos Reis

Explicação:

Espero ter ajudado!

Respondido por Dantesantos4
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UNS OLHOS

 

Vi uns olhos… que olhos tão belos!

Esses olhos têm certo volver,

Que me obrigam a profundo cismar,

Que despertam-me um vago querer.

Esses olhos calam na alma,

Viva chama de ardente paixão,

Esses olhos me geram alegria,

Me desterram pungente aflição.

Esses olhos devera eu ter visto

Há mais tempo ─ talvez ao nascer,

Esses olhos me falam de amores.

Nesses olhos eu quero viver.

Nesses olhos eu bebo a existência

Nesses olhos de doce langor,

Nesses olhos, que fazem sem custo

Meigas juras eternas de amor.

Esses olhos que dizem n’uma’hora,

Num momento, num doce volver,

Tudo aquilo que os lábios nos dizem

E que os lábios não sabem dizer.

Esses olhos têm mago condão,

Esses olhos me excitam o viver!…

Só por eles eu amo a existência,

Só por eles, eu quero morrer!

Publicado originalmente em “A Verdadeira Marmota”, 27/5/1861.

“Maria Firmina ─ Fragmentos de uma Vida”

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