Poema Amazonas. Do poeta Celdo Braga.
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O rio banha de luz
murmureja e vai seguindo
de porto em porto esculpindo
as margens do seu destino.
Destino de ser caminho
de ser barco e navegante
de ser leme e comandante
do seu próprio caminhar.
Canaranas matupás
membecas e murerus
são ilhas de arribação
no regime das enchentes.
Nas vazantes borda praia
onde o rito da desova
aninha nos tabuleiros
tartarugas tracajás.
E no ciclo das areais
a vida eclode apressada
pra ser de novo tocada
pelo compasso do rio.
Quantas vezes esse rio
brincou comigo de pira
lavou roupas nas beiradas
foi a fonte do meu pão...
Em silêncio e solitário
vai vencendo desafios
se envereda em paranás
bebe a água de outros rios.
Guarda os segredos dos lagos
se embrenha nos igapós
sabe notícia da mata
na boca do igarapé.
Ao desfolhar a paisagem
das matas já distantes
dos primeiros navegantes
acordando o seu silêncio.
O rio acende memórias
de lendas de encantamento
e fragmentos de mistérios
que borbulham do seu leito.
Carrega todos os sonhos
do olhar das ribanceiras
que se enche de esperança
ao ver o barco passar.
Sempre que um gesto impensado
tolda as águas mancha a vida
o rio geme lá no fundo
a ferida que já sangra.
O sol míngua no poente
brisa mansa maresia
o rio se esquiva e dorme
em noturna romaria.
No amanhecer inda brilha
a luz dos últimos astros
que a noite se banharam
no firmamento do rio.
rio de saber, santuário
onde os pajés os sacacas
em mirações milenares
beberam da sua luz.
luz de versos que caminham
alumiando os barrancos
que choram terras caídas
à procura de outro chão.
Com jeito de cobra-grande
o rio das águas barrentas
rumo leste busca o mar
talvez para se perder
talvez para se encontrar.
murmureja e vai seguindo
de porto em porto esculpindo
as margens do seu destino.
Destino de ser caminho
de ser barco e navegante
de ser leme e comandante
do seu próprio caminhar.
Canaranas matupás
membecas e murerus
são ilhas de arribação
no regime das enchentes.
Nas vazantes borda praia
onde o rito da desova
aninha nos tabuleiros
tartarugas tracajás.
E no ciclo das areais
a vida eclode apressada
pra ser de novo tocada
pelo compasso do rio.
Quantas vezes esse rio
brincou comigo de pira
lavou roupas nas beiradas
foi a fonte do meu pão...
Em silêncio e solitário
vai vencendo desafios
se envereda em paranás
bebe a água de outros rios.
Guarda os segredos dos lagos
se embrenha nos igapós
sabe notícia da mata
na boca do igarapé.
Ao desfolhar a paisagem
das matas já distantes
dos primeiros navegantes
acordando o seu silêncio.
O rio acende memórias
de lendas de encantamento
e fragmentos de mistérios
que borbulham do seu leito.
Carrega todos os sonhos
do olhar das ribanceiras
que se enche de esperança
ao ver o barco passar.
Sempre que um gesto impensado
tolda as águas mancha a vida
o rio geme lá no fundo
a ferida que já sangra.
O sol míngua no poente
brisa mansa maresia
o rio se esquiva e dorme
em noturna romaria.
No amanhecer inda brilha
a luz dos últimos astros
que a noite se banharam
no firmamento do rio.
rio de saber, santuário
onde os pajés os sacacas
em mirações milenares
beberam da sua luz.
luz de versos que caminham
alumiando os barrancos
que choram terras caídas
à procura de outro chão.
Com jeito de cobra-grande
o rio das águas barrentas
rumo leste busca o mar
talvez para se perder
talvez para se encontrar.
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