Podemos dizer que os dois autores tem concepcoes diferentes de "civilização" ? Com base nos materiais lidos, elabora a sua explicação
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Sim.
A idéia de civilização, associada a termos como “desenvolvimento” e “liberdade”, era bastante presente em parte do discurso intelectual da época, fruto de influências do pensamento europeu, (SEVCENKO, 1983). Era, ao mesmo tempo, criticada, no sentido de seu caráter estrangeiro, uma vez que este momento histórico era palco da luta intelectual pela construção de uma identidade nacional, empresa que se queria livre de fórmulas invasoras (idem, ibidem). O contexto do século XIX entendia como civilização a estrutura cultural e social do Velho Mundo, em particular a França, onde o termo fora cunhado (ELIAS, 1994b). No espectro do pensamento positivista e evolucionista, produzidos naquele universo, a civilização era o modelo de desenvolvimento para a humanidade. Quando as pressões por competição econômica e avanço das técnicas de produção chegaram com força ao Brasil Império, a civilização estava lá, na boca e nas mentes dos defensores do “progresso” (CARVALHO, 1998).
Para Norbert Elias (1994) civilização é um processo, um encadeamento de eventos, mudanças sociais e interiorizações, que se dirige, ao longo da história ocidental, para um maior controle social, um maior controle técnico do homem sobre a natureza e uma maior disseminação de autocontrole entre os indivíduos (ELIAS, 1994c). Esse processo estaria intimamente ligado a outros, como a ampliação da noção de “eu” provocada pela divisão social do trabalho (idem, ibidem) e uma integração política que ganhara novo ritmo com a formação dos Estados nacionais, nos fins da Era Medieval. (idem, ibidem). O processo civilizador como chama Elias, relacionado a essa série de outros processos sociais e históricos, nem sempre caminharia “para frente”, passando às vezes por recuos que se traduzem em seus contrários (crises políticas, desintegrações sociais, perda de controle social, aumento da violência no cotidiano).
O termo “civilização” teria origem na sociedade francesa dos fins da Idade Média (ELIAS, 1994b). Divulgada, ao longo dos séculos, como um sinônimo de nobreza, de superioridade cultural, de humanidade, tal palavra ganhou força e lugar em todo o mundo ocidental. Seu aspecto mais profundo era o de um conjunto de normas voltadas para a lógica de “domesticação” e controle dos hábitos humanos – formas “corretas” de vestir-se, de porta-se à mesa, de falar em público, etc. Ser “civilizado”, significava, no contexto europeu do período, obedecer a tais normas. Assim, ainda de acordo com Elias, a civilização se firmou como instrumento de distinção social tornando-se um dos processos mais ativos no correr da história. A despeito de seus “retrocessos” (Elias aponta a sociedade alemã da Segunda Guerra Mundial como um deles [1998]) a civilização (ou o “processo civilizador”, no jargão do autor) teria se relacionado com as transformações conjunturais do Ocidente e seria agora centro de sua História (ELIAS, 1994c).
A idéia de civilização, associada a termos como “desenvolvimento” e “liberdade”, era bastante presente em parte do discurso intelectual da época, fruto de influências do pensamento europeu, (SEVCENKO, 1983). Era, ao mesmo tempo, criticada, no sentido de seu caráter estrangeiro, uma vez que este momento histórico era palco da luta intelectual pela construção de uma identidade nacional, empresa que se queria livre de fórmulas invasoras (idem, ibidem). O contexto do século XIX entendia como civilização a estrutura cultural e social do Velho Mundo, em particular a França, onde o termo fora cunhado (ELIAS, 1994b). No espectro do pensamento positivista e evolucionista, produzidos naquele universo, a civilização era o modelo de desenvolvimento para a humanidade. Quando as pressões por competição econômica e avanço das técnicas de produção chegaram com força ao Brasil Império, a civilização estava lá, na boca e nas mentes dos defensores do “progresso” (CARVALHO, 1998).
Para Norbert Elias (1994) civilização é um processo, um encadeamento de eventos, mudanças sociais e interiorizações, que se dirige, ao longo da história ocidental, para um maior controle social, um maior controle técnico do homem sobre a natureza e uma maior disseminação de autocontrole entre os indivíduos (ELIAS, 1994c). Esse processo estaria intimamente ligado a outros, como a ampliação da noção de “eu” provocada pela divisão social do trabalho (idem, ibidem) e uma integração política que ganhara novo ritmo com a formação dos Estados nacionais, nos fins da Era Medieval. (idem, ibidem). O processo civilizador como chama Elias, relacionado a essa série de outros processos sociais e históricos, nem sempre caminharia “para frente”, passando às vezes por recuos que se traduzem em seus contrários (crises políticas, desintegrações sociais, perda de controle social, aumento da violência no cotidiano).
O termo “civilização” teria origem na sociedade francesa dos fins da Idade Média (ELIAS, 1994b). Divulgada, ao longo dos séculos, como um sinônimo de nobreza, de superioridade cultural, de humanidade, tal palavra ganhou força e lugar em todo o mundo ocidental. Seu aspecto mais profundo era o de um conjunto de normas voltadas para a lógica de “domesticação” e controle dos hábitos humanos – formas “corretas” de vestir-se, de porta-se à mesa, de falar em público, etc. Ser “civilizado”, significava, no contexto europeu do período, obedecer a tais normas. Assim, ainda de acordo com Elias, a civilização se firmou como instrumento de distinção social tornando-se um dos processos mais ativos no correr da história. A despeito de seus “retrocessos” (Elias aponta a sociedade alemã da Segunda Guerra Mundial como um deles [1998]) a civilização (ou o “processo civilizador”, no jargão do autor) teria se relacionado com as transformações conjunturais do Ocidente e seria agora centro de sua História (ELIAS, 1994c).
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