Podemos dizer que o romance está ligado ao romantismo? Por quê?
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Explicação:
EDUCAÇÃO
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PORTUGUÊS
Romantismo - Nasce o romance; contexto histórico
Antonio Carlos Olivieri, Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
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Gerado sob o impacto da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, de fins do século 18, o romantismo surgiu no início do século 19, na Alemanha, França e Inglaterra, num momento histórico em que as classes sociais, como as conhecemos hoje, se definiam. Na ocasião, a sociedade se reorganizava e as classes sociais criavam ou redefiniam suas visões da existência e do mundo.
Das classes sociais desse período, a nobreza e a pequena burguesia são as classes que vão atuar essencialmente no movimento romântico. Assim, o romantismo expressa, nas palavras de Karl Mannheim, os sentimentos dos descontentes com a nova ordem socioeconômica, isto é, com o capitalismo industrial.
Recém-afastada do poder pelas revoluções, a nobreza só podia amargar uma nostalgia do Antigo regime. Ao contrário, a pequena burguesia expressava espanto e insegurança, vendo barrados pela grande burguesia, pelos verdadeiros capitalistas, seus projetos de ascensão social, desenvolvidos durante a luta contra a nobreza.
Insatisfeitos e inconformados
Em comum, essas duas classes sociais têm a insatisfação e o inconformismo com a realidade, o que permite compreender muitos traços subjacentes ao movimento romântico. É o caso do escapismo ou evasionismo, a necessidade de escapar ao mundo objetivo, à sociedade, ao tempo presente, em busca de refúgio no mundo subjetivo, no indivíduo, no tempo passado.
A visão de mundo que privilegia o sujeito ou o subjetivismo, elemento essencial ao pensamento romântico, é uma manifestação de amor à liberdade do próprio romantismo, na medida em que constitui uma afirmação dos valores individuais em oposição às normas sociais. É também uma forma de oposição aos valores neoclássicos dos séculos anteriores, cujo racionalismo artístico passou a ser desprezado em favor de um emocionalismo e de um misticismo (este último, por sua vez, ostenta a religião cristã em oposição à mitolologia clássica, que tinha sido revalorizada durante século 18).
Nacionalismo e inovação
Quanto ao subjetivismo, merece ênfase a supervalorização do indivíduo, que tem como contrapartida um certo desprezo pela sociedade. Entretanto, uma ideia de coletividade pode inspirar o Romantismo e ser por ele valorizada: a da união compacta de todos os indivíduos, a da grande coletividade superior às divisões sociais, isto é, a ideia de Pátria, de Nação. Assim, sem trombar com o individualismo, o nacionalismo será outra característica essencial do movimento romântico.
Entranhados nesses fatores de fundo ou conteúdo, vamos encontrar os elementos formais do Romantismo que, devido à liberdade inerente ao subjetivismo, contrapõem-se à contenção formal do Classicismo do século 18. Desse modo, os gêneros tradicionais da literatura passaram a ser questionados e substituídos pela liberdade inventiva e criativa da escola romântica.
No teatro, tornam-se vagos os limites entre a tragédia e a comédia, que se mesclam para originar o drama. Na poesia, formas fixas como o soneto e a ode cedem lugar a composições mais livres, como a balada e a canção e a imensa maioria dos poemas sem forma definida. Finalmente, na prosa, a epopeia entrega o bastão ao romance (particularmente ao romance histórico), gênero cujas origens são polêmicas.
, do oticiário