Podemos afirmar que os países da África tratam a questão da aids do mesmo modo que o Brasil?
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No ano de 1983, Brasil e África do Sul registraram os seus primeiros quatro casos de Aids: em São Paulo e em Johanesburgo. As oito vítimas eram homossexuais masculinos.
Mas a semelhança entre os dois países no desenvolvimento da doença tem diminuído cada vez mais, e hoje a situação entre os dois países é completamente diferente.
Enquanto o Brasil tem investido recursos em tratamento e diagnóstico da doença, apresentando uma redução a cada ano do número de mortes e infectados, mais de 80% dos contaminados da África do Sul não são tratados nem acompanhados de forma adequada.
O pessimismo em relação à doença é comum nos hospitais sul-africanos e nas poucas organizações não-governamentais do país.
Situação 'gravíssima'
"A situação na África do Sul não é grave, é gravíssima. Eu sou um pessimista, penso que a epidemia vai acabar por si mesma, com todo mundo que tiver que morrer morrendo, assim como ocorreu com a peste bubônica e a gripe espanhola no passado", diz Branco da Fonseca, do Hospital Baragwanath, no Soweto, onde 40% dos leitos hoje são ocupados por portadores do HIV.
Segundo o médico, mesmo que o governo tenha dinheiro - o que não tem - para tratar os pacientes, a doença vai continuar matando muito no país, basicamente por dois motivos.
Primeiro porque a população não é suficientemente bem educada para tomar de forma devida os medicamentos.
"Vejo aqui que tratamentos longos, como o de tuberculose e malária, não têm a adesão devida dos pacientes", diz Fonseca.
Ele também se diz pessimista por outro motivo: a promiscuidade de parte da população.
"A população sul-africana é muito promíscua, e não se muda o comportamento sexual das pessoas de uma hora para outra", acredita o médico.
Branco da Fonseca diz que até certo ponto entende a posição do governo de Thabo Mbeki (presidente da África do Sul), que reluta em investir em políticas de combate à Aids.
Brasil
Para o governo brasileiro, posições como essa são inaceitáveis.
"A África do Sul já está nessa discussão de dar ou não dar medicamentos há anos. Enquanto isso, a epidemia cresce. Não há outra alternativa: é preciso tratar, investir", diz Paulo Teixeira, coordenador do Programa Brasileiro de Aids.
Segundo Teixeira, o argumento de que as pessoas pobres e sem acesso à educação não tomam o medicamento de forma correta é infundado.
"Hoje cerca de 125 mil pessoas tomam remédios de Aids, e outras 300 mil são acompanhadas no Brasil porque têm o vírus, mas ainda não precisam tomar remédio. A maioria dessas pessoas é pobre e segue o tratamento", conta Teixeira.
O governo brasileiro tem autoridade para falar sobre o assunto, já que o número de mortes por Aids no Brasil caiu 80% nos últimos anos.
Em 1992, o Banco Mundial previu que em 2002 1,2 milhão de brasileiros estariam infectados pelo HIV. Mas somente a metade foi infectada.
"Conseguimos evitar 600 mil infecções", lembrou recentemente o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cada vez menos casos de Aids são diagnosticados no país todos os anos, graças às grandes campanhas de prevenção e à distribuição gratuita de preservativos.
Mas a semelhança entre os dois países no desenvolvimento da doença tem diminuído cada vez mais, e hoje a situação entre os dois países é completamente diferente.
Enquanto o Brasil tem investido recursos em tratamento e diagnóstico da doença, apresentando uma redução a cada ano do número de mortes e infectados, mais de 80% dos contaminados da África do Sul não são tratados nem acompanhados de forma adequada.
O pessimismo em relação à doença é comum nos hospitais sul-africanos e nas poucas organizações não-governamentais do país.
Situação 'gravíssima'
"A situação na África do Sul não é grave, é gravíssima. Eu sou um pessimista, penso que a epidemia vai acabar por si mesma, com todo mundo que tiver que morrer morrendo, assim como ocorreu com a peste bubônica e a gripe espanhola no passado", diz Branco da Fonseca, do Hospital Baragwanath, no Soweto, onde 40% dos leitos hoje são ocupados por portadores do HIV.
Segundo o médico, mesmo que o governo tenha dinheiro - o que não tem - para tratar os pacientes, a doença vai continuar matando muito no país, basicamente por dois motivos.
Primeiro porque a população não é suficientemente bem educada para tomar de forma devida os medicamentos.
"Vejo aqui que tratamentos longos, como o de tuberculose e malária, não têm a adesão devida dos pacientes", diz Fonseca.
Ele também se diz pessimista por outro motivo: a promiscuidade de parte da população.
"A população sul-africana é muito promíscua, e não se muda o comportamento sexual das pessoas de uma hora para outra", acredita o médico.
Branco da Fonseca diz que até certo ponto entende a posição do governo de Thabo Mbeki (presidente da África do Sul), que reluta em investir em políticas de combate à Aids.
Brasil
Para o governo brasileiro, posições como essa são inaceitáveis.
"A África do Sul já está nessa discussão de dar ou não dar medicamentos há anos. Enquanto isso, a epidemia cresce. Não há outra alternativa: é preciso tratar, investir", diz Paulo Teixeira, coordenador do Programa Brasileiro de Aids.
Segundo Teixeira, o argumento de que as pessoas pobres e sem acesso à educação não tomam o medicamento de forma correta é infundado.
"Hoje cerca de 125 mil pessoas tomam remédios de Aids, e outras 300 mil são acompanhadas no Brasil porque têm o vírus, mas ainda não precisam tomar remédio. A maioria dessas pessoas é pobre e segue o tratamento", conta Teixeira.
O governo brasileiro tem autoridade para falar sobre o assunto, já que o número de mortes por Aids no Brasil caiu 80% nos últimos anos.
Em 1992, o Banco Mundial previu que em 2002 1,2 milhão de brasileiros estariam infectados pelo HIV. Mas somente a metade foi infectada.
"Conseguimos evitar 600 mil infecções", lembrou recentemente o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cada vez menos casos de Aids são diagnosticados no país todos os anos, graças às grandes campanhas de prevenção e à distribuição gratuita de preservativos.
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