Português, perguntado por adrianabeatriz3, 9 meses atrás

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Respondido por josuesilva2004
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Olá!!

É surpreendente como, em pleno século 21, ainda haja uma numerosa quantidade de pessoas que criticam o capitalismo utilizando o argumento de que as máquinas “roubam empregos”, enquanto alegam que a mecanização deve ser combatida ou limitada para evitar o desemprego em massa.

Mas o medo das máquinas certamente ainda era muito mais forte durante o começo da Revolução Industrial.

Explicação completa para compreender melhor!

No século XIX, o movimento inglês dos trabalhadores ludistas pregava a destruição violenta das máquinas, culpando-as pelo desemprego. Enquanto isso, inúmeros inventores eram ameaçados de morte caso continuassem a criar novos aparelhos. ..

A invenção nunca chegou a ser utilizada. Computadores, os profissionais, não as máquinas, se recusavam a usar o dispositivo, pois achavam que era uma ameaça para o trabalho deles.

Primeiramente, são necessários inventores, engenheiros, operários e mecânicos para projetar, construir, operar e fazer a manutenção das máquinas, o que já atenua parte do desemprego imediato gerado por elas.  

Porém, também é importante elevar em conta que as máquinas aumentam a produtividade do trabalho e diminuem os custos e os preços dos bens vendidos. Os consumidores passam a ter um padrão de vida melhor, podendo usufruir de mais bens e serviços.

Quanto mais coisas são consumidas, mais fábricas e serviços surgem para atender a demanda. Só que essas novas empresas precisam contratar pessoas para o seu funcionamento, e de uma maneira geral essas novas pessoas compensam aquelas que tinham sido demitidas antes. Além disso, a constante evolução tecnológica, se por um lado “rouba” empregos com máquinas melhores e mais eficientes, por outro acaba criando ocupações novas, diferentes e mais produtivas, na medida em que surgem no mercado novos produtos, invenções e serviços.

No começo da Revolução Industrial, com a mecanização do campo e o aumento da produtividade agrícola, ocorreu um êxodo rural. Os agricultores vieram para as cidades, e essas pessoas encontraram emprego no setor industrial, seja nas fábricas têxteis, no setor de transporte, na mecânica e metalurgia, nos fábricas dos novos bens que passaram a ser produzidos, etc. Nos países industrializados, na segunda metade do século XX, a contínua mecanização fabril e o uso mais intensivo de máquinas e equipamentos fez as indústrias passaram a ofertar cada vez menos emprego.

Não há nenhum motivo especial para acreditar, no século 21, esse processo não ocorrerá novamente aos empregos que virão a ser automatizados por máquinas e robôs.

As máquinas não são inimigas da sociedade. Muito pelo contrário, é justamente por causa delas que a humanidade se tornou cada vez mais produtiva e alcançou um padrão de vida inimaginável para os nossos antepassados. As pessoas que ficam temporariamente desempregadas por causa das máquinas na verdade são realocadas para atividades mais rentáveis e produtivas.

Após a explicação a resposta é:

A substituição do homem pela máquina certamente gera efeitos negativos no curto prazo, como o desemprego e uma instabilidade até uma nova reorganização do mercado de trabalho, mas quando a mesma acontece o benefício é maior para todos, devido ao aumento da especialização e da produtividade. A fórmula é simples: mais tecnologia aumenta a produtividade, o que gera mais riqueza e algumas demissões. Essa riqueza extra acaba servindo para criar mais empregos – e assim a roda viva da economia continua. Finalizo a questão das máquinas com uma interessante observação de Leandro Narloch:

“…e se os manifestantes ingleses tivessem conseguido que o governo proibisse máquinas para preservar empregos? O resultado seria que os descendentes daqueles trabalhadores teriam hoje uma vida imensamente mais difícil. Não só os alimentos e as roupas custariam mais, como não haveria gente para projetar edifícios, carros, telefones celulares, máquinas de lavar roupa, sistemas de internet e para escrever livros. Nada de iluminação elétrica na rua, em respeito ao emprego dos acendedores de lampião à gás (…). Páginas de internet não poderiam mostrar mapas de graça, para não acabar com o trabalho dos cartógrafos. Seria preciso ligar para uma telefonista para completar cada ligação telefônica, pagar a ascensoristas nos elevadores não automatizados, passar a maior parte do tempo na roça cultivando os próprios alimentos e usar o fim de semana para tricotar casacos, já que as roupas continuariam sendo pouco acessíveis aos pobres (…). As pessoas que perdem o emprego para as máquinas não são vítimas do progresso. São consumidores que usufruem dos prazeres infinitos que a inovação, a concorrência desleal e as máquinas tornaram acessíveis”  – Leandro Narloch

Espero ter ajudado! Bons estudos!

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