“Pode soar irônico lembrar que estamos vivendo tempos de paz e não de guerra, tão sombrio e impregnado de profundo mal-estar e insegurança é o clima de nossa geração. As contradições parecem insolúveis. Sem dúvida, a sociedade de consumo continua nos enriquecendo materialmente, com um progresso e um avanço tecnológico antes inimagináveis. Mas, diante da destruição a que assistimos - tanto ao nível físico, destruição ecológica das bases elementares da vida, como ao nível espiritual, destruição do acervo de valores humanistas e erosão de responsabilidades - esse tipo de progresso está se tornando cada vez mais questionável; em vez de se ampliarem as condições de uma vida mais plena para a humanidade, elas parecem se reduzir. À primeira vista, certas coisas se apresentam até bastante positivas. Através do livre acesso a informações sobre acontecimentos atuais, e com a grande variedade de materiais e processamentos modernos que existem agora, nosso conhecimento inteligente e todo nosso ser sensível é estimulado de mil maneiras, devendo se enriquecer e desenvolver nesse processo. Entretanto, no contexto da sociedade de consumo, as coisas se viciam. Isso porque ocorre ao mesmo tempo, com tantas oportunidades que se oferecem, um processo orientado exatamente em sentido inverso, um processo que aliena as pessoas de sua espontaneidade criativa e de seu potencial sensível, um verdadeiro processo de dessensibilização das pessoas, que as incapacita para o uso das oportunidades oferecidas. Num bombardeio ininterrupto através dos diversos canais de persuasão cultural e meios de comunicação - bombardeio que vai da casa à rua, à escola, ao trabalho, ao lazer, e ao qual o indivíduo está sendo exposto praticamente desde o momento em que nasce - procuram-se impor os valores do consumismo como únicos valores reais, única meta de vida e única forma de realização social. A curiosidade natural do jovem diante da vida, os anseios, as aspirações e as necessidades do adulto, tudo é sumariamente reduzido ao nível de mercadorias, a fim de ser considerado realidade. Fora da mercadoria não há realidade. O próprio homem, portador de tantas capacidades criativas e produtivas, só interessa enquanto mercadoria. O resto é mero sonho, mundo utópico, romântico, enfim, irreal. Caminhos de vida? Intuição? Sensibilidade? Realização de um íntimo potencial criador? Tudo irreal. Não sendo negociáveis nem substituíveis, não farão parte das realidades. Cabe entender ainda que, dessensibilizadas e despojadas de suas faculdades criativas, as pessoas são mais facilmente condicionadas a abdicar de critérios críticos. É preciso levar tudo isso em conta quando se analisa o que está ocorrendo em nossos dias.” (Fayga P. Ostrower. Universos da arte.)
1) Você sabe que os textos, independentemente do gênero a que pertencem, constituem-se por um conjunto de traços linguísticos organizados em uma estrutura bem definida e facilmente identificada por suas características predominantes. Em relação aos aspectos linguísticos do texto apresentado acima, ele se enquadra em um tipo textual
a) descritivo
b) narrativo
c) explicativa/ expositivo
d) injuntivo
e) argumentativo
Soluções para a tarefa
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12
Resposta:
E) Argumentativo
Explicação:
O texto argumentativo tem o intuito de convencer o leitor; há uma defesa de opinião.
Uma maneira de distinguir isso é observar as conjunções - que nesse texto são: mas, em vez, entretanto, etc. -.
Respondido por
2
2)oque interessa a sociedade de consumo de acordo com o texto. A) oferecer maiores portunidade
b)impor seus valores como único e verdade
c) desenvolver a curiosidade natural dos jovens
d) aproveitar todas a potencialidades dos homens
e) incentivar as pessoas a analisarem as mercadorias e os produtos
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