“Pode parecer estranho, à primeira vista, que Xangô, deus do trovão, violento e viril, tenha sido comparado a São Jerônimo, representado por um ancião calvo e inclinado sobre velhos livros, mas que é frequentemente acompanhado, em suas imagens, por um leão docilmente deitado a seus pés. E como o leão é um dos símbolos de realeza entre os iorubás, São Jerônimo foi comparado a Xangô, o terceiro soberano dessa nação. A aproximação entre Obaluaê e São Lázaro é mais evidente, pois o primeiro é o deus da varíola, e o corpo do segundo é representado coberto de feridas e abscessos. Iemanjá, mãe de numerosos outros orixás, foi sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, e Nanã Buruku, a mais idosa das divindades das águas, foi comparada a Sant’Ana, mãe da Virgem Maria. Oiá-Iansã, primeira mulher de Xangô, ligada às tempestades e aos relâmpagos, foi identificada com Santa Bárbara. Segundo a lenda, o pai dessa santa sacrificou-a devido à sua conversão ao cristianismo, sendo ele próprio, logo em seguida, atingido por um raio e reduzido a cinzas. A relação entre o Senhor do Bonfim e Oxalá, divindade da criação, é mais dificilmente explicável, a não ser pelo imenso respeito e amor que ambos inspiram.” (VERGER, 1997, p. 26 Apud: Romão, Tito. In: Trab. Ling. Aplic., Campinas, n(57.1): 353-381, jan./abr. 2018. P. 364 e 365). O processo cultural expresso no texto é:
A. Endoculturação.
B. Sincretismo cultural.
C. Globalização cultural.
D. Autonomia cultural.
E. Globalização cultural.
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O texto acima, muito interessante, trata do processo denominado sincretismo cultural que as nações colonizadas passaram. É o caso dos africanos por exemplo, que chegaram ao Brasil, com suas tantas crenças além de religiões e foram severamente impedidos de realizar seus rituais.
Dessa forma, podemos compreender que utilizaram de demais nomenclaturas para tratar dos seus deuses, atribuindo aos orixás diferentes personificações. Logo, assinala-se a letra B. Sincretismo cultural.
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