Plantar árvores dá mais prazer do que fazer filmes
O cineasta paulista Fernando Meirelles concilia o cinema com o ativismo em defesa das florestas e dedica boa parte do seu tempo a acompanhar as questões ecológicas.
Aos 56 anos, o cineasta Fernando Meirelles integra a galeria dos melhores diretores do cinema brasileiro. Entusiasta de filmes experimentais na juventude, criou programas para a televisão, trabalhou com publicidade e dirigiu sucessos como Cidade de Deus, em que usou a estética dos videoclipes para retratar a violência no Rio de Janeiro – obra que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2004.
RP: Precisamos mudar de cultura para adequar nossa civilização aos limites do planeta?
FM: Sabemos que precisaríamos dos recursos de três planetas para a população atual alcançar os padrões de consumo do Primeiro Mundo. Esse parece ser o objetivo de todos os governos e habitantes. Mas está claro que essas aspirações não cabem no espaço que temos. Apesar de muitos estudos anunciando a falta iminente de minérios, de peixes ou de água potável, nossa sociedade não sabe existir sem crescer.
RP: Há pessimismo sobre o esforço para se controlar as mudanças climáticas. Estamos numa corrida contra o tempo?
FM: Alguns cientistas dizem que estamos quase no ponto em que o processo de aquecimento se torna irreversível. Outros, que já ultrapassamos. Em 2000 estava claro que para o planeta não esquentar 2º centígrados até 2050 as emissões de carbono teriam que ser reduzidas em 2% ao ano, ao longo da década. Não aconteceu. Há indícios claros de que algo está mudando muito mais rapidamente do que se previa.
RP: Você acha que há empenho em mudar o modelo de vida consumista que temos?
FM: Muito pouco. Ambientalista ainda é sinônimo de chato, quando não de hippie maconheiro. “É gente contra o progresso, que acredita que comida nasce em supermercado”, diz a inacreditável senadora Kátia Abreu. Em curto prazo entendo por que se associa crescimento a bem-estar. O problema é que a visão de longo prazo não cabe no sistema visual dos homens públicos: eles trabalham com horizontes que vão, no máximo, até as próximas duas ou três eleições.
RP: O cinema pode mitigar as emissões de carbono?
FM: Como toda forma de comunicação, o cinema pode ajudar a mudar comportamentos ao informar e tocar as pessoas. Lembro que fiquei extremamente impactado ao assistir a filmes como o francês Home – nosso Planeta, nossa casa ou o norte-americano Food Inc. São filmes sensacionais a respeito dos temas desta entrevista. Deixo a recomendação aos leitores.
1. A que gênero textual pertence o texto lido? *
a) notícia, pois fala da questão ambiental que é muito importante para o período atual em que vivemos e destaca a relação entre cinema e meio ambiente.
b) artigo de opinião, pois o cineasta dá sua opinião sobre as questões relacionadas ao meio ambiente e diz como se sente.
c) entrevista, pois há perguntas feitas pela revista e respostas dadas pelo entrevistado que é um cineasta famoso e se preocupa com o meio ambiente.
d) reportagem, pois a questão ambiental está em destaque juntamente com as causas e consequências do descuido com a natureza.
2. Com que tipo de pessoa e com que finalidade o texto trabalha? *
a) foi entrevistado um político para falar sobre economia.
b) foi noticiado sobre meio ambiente a partir da fala de um advogado.
c) foi apresentado um cientista para falar sobre meio ambiente.
d) foi entrevistada uma pessoa pública para falar sobre meio ambiente.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
1-c) entrevista, pois há perguntas feitas pela revista e respostas dadas pelo entrevistado que é um cineasta famoso e se preocupa com o meio ambiente.
2-d) foi entrevistada uma pessoa pública para falar sobre meio ambiente.
Explicação:
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Resposta:
1-c) entrevista, pois há perguntas feitas pela revista e respostas dadas pelo entrevistado que é um cineasta famoso e se preocupa com o meio ambiente.
2-d) foi entrevistada uma pessoa pública para falar sobre meio ambiente.
Explicação:
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