'Pior coisa é não poder alimentar filho', diz ladrão que comoveu policiais Eletricista desempregado foi preso ao tentar furtar 7 kg de carne para o filho.
Ele teve fiança e compras pagas por policiais que atenderam a ocorrência.
Preso por tentar furtar 7 kg de carne de um mercado para ter o que comer e ser liberado após uma policial pagar a fiança, o eletricista desempregado Mário Ferreira Lima se disse arrependido do crime e classificou a própria situação como "desespero". "A pior coisa que existe na vida da gente é não poder alimentar o próprio filho", disse.
Ele foi preso em um mercado de Santa Maria e sensibilizou os policiais civis, que decidiram dar um final diferente à história. Além de pagar a fiança, eles fizeram compras para Lima, que contou em depoimento ter praticado o crime para alimentar o filho de 12 anos. O homem cria o menino sozinho desde que a mulher se mudou para a casa de um filho mais velho, de outro casamento, para se recuperar das sequelas de um acidente.
A ação foi flagrada pelas câmeras de segurança, e o dono do estabelecimento não aceitou as desculpas do ladrão e acionou a polícia.
O agente da Polícia Civil Ricardo Machado conta que o desempregado desmaiou pouco depois de chegar à delegacia, quando ouviu que ficaria preso. Questionado se estava bem, o homem respondeu que estava sem comer havia dois dias, porque deixou o filho consumir sozinho o pão que restava em casa, e que estava preocupado porque não havia alguém para cuidar do menino.
A ocorrência foi registrada na delegacia do Gama Oeste, e a fiança foi estipulada em R$ 270. Sensibilizada, uma agente pagou sozinha o valor, enquanto os colegas arrecadavam mais dinheiro para comprar mantimentos para o ladrão.
Quatro policiais acompanharam o eletricista desempregado até o supermercado, onde compraram arroz, feijão, macarrão, biscoito e itens de higiene. “Na hora que passávamos pela seção de higiene, um colega perguntou se ele tinha pasta de dente. Ele disse que tinha mais de mês que não escovava os dentes com pasta, e pedimos que ele pegasse lá, então. Ele, na humildade dele, voltou com a menorzinha e mais barata. Brincamos que isso não dava nem para um dia e pegamos logo cinco, aí pegamos sabonete e todo o resto.” Os agentes acompanharam o homem até a casa dele. Machado diz que ele “não conseguia acreditar e não parava de agradecer”. “Ele cuida da casa e do menino pela manhã e à tarde vai atrás de bicos, mas não conseguiu nada nos últimos dois meses. A gente sabe que o crime não é certo, mas eu me ponho no lugar. Imaginei a minha filha passando fome. O que eu não faria nessa situação?”, questionou.
Futuro
O eletricista disse esperar nunca mais passar por isso e afirmou que deseja conseguir um emprego e restituir a família.
A agente da Polícia Civil Kelen Lemos, que também colaborou na vaquinha, conta que nada justifica o crime. “Em nenhum momento a intenção é de fomentar o crime [mas não tem como não se comover e não tentar ajudar].”
O presidente da Comissão de Ciências Criminais e Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil, Alexandre Queiroz, disse que a defesa pode buscar enquadrar o caso do eletricista como "estado de necessidade", se ficar comprovado que ele não tinha mesmo outras condições de conseguir alimento.
"A meu ver os policiais agiram acertadamente, até porque eles cumpriram com as formalidades. E é importante deixar isso claro. Como cidadãos foi que eles se sensibilizaram e pagaram a fiança, e o policial, pelo tipo de trabalho que exerce, tem essa sensibilidade de enxergar as pessoas. Mas não se pode esquecer que houve um crime", declarou.
* Imagem 1: Mario Ferreira Lima mostra geladeira vazia na casa onde mora com o filho de 12 anos
* Imagem 2: Compras feitas por policiais para ajudar desempregado que tentou furtar 7 kg de
carne no Distrito Federal
Relembrando...
Ética é a análise da moral e está ligado ao nosso caráter
Moral são os nossos costumes conforme a sociedade em que vivemos
1. A reportagem traz o ocorrido com um homem desempregado que rouba comida para alimentar o filho. Sua atitude pode ser considerada errada moralmente ou eticamente? Justifique.
2. Quando a reportagem diz que os policiais ajudaram o homem desempregado pagando sua fiança e comprando alimentos para ele, observamos uma conduta moral ou ética deles? É possível ser as duas condutas?
3. Leia:
“De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto 805 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são jogadas fora anualmente em todas as etapas da cadeia produtiva, o que corresponde a um terço da produção mundial”
Agora, escreva com suas palavras! Você acha moralmente e eticamente aceitável a situação descrita pela ONU na frase acima? Justifique.
me ajudem pfv
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Resposta:
Não, pois com essa história vemos como é o egoísmo do ser humano, não se importam se o outro passa fome e sim se eles têm o carro do ano ou o cllr mais novo
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