Pintor do movimento futurista que representar figuras e objetos em movimento para assistir Velocidade na pintura e corria a repetição de traço nas figuras
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Resposta:
Futurismo no Brasil
O Modernismo brasileiro, que teve sua estreia oficial a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, recebeu influências diretas dos movimentos das vanguardas europeias. O horizonte da ruptura com a arte tradicional foi o principal propulsor para o surgimento da arte moderna, e os artistas brasileiros vislumbraram nas vanguardas um modelo, uma fonte de inspiração para orientar o surgimento de uma nova arte nacional. E as propostas futuristas de rejeição ao passado e do culto ao progresso e ao futuro iam ao encontro do que os modernistas brasileiros buscavam.
Além disso, o movimento modernista, no Brasil, trazia em si uma ânsia pela própria modernização, uma necessidade de acompanhar a modernidade da Segunda Revolução Industrial, da qual o futurismo era o testemunho mais direto.
Os artistas Oswald de Andrade e Mário de Andrade foram influenciados pela estética futurista, embora não tenham sido estritamente defensores desse movimento. Para Oswald, como redigido em seu Manifesto Pau-Brasil (1924), o futurismo foi importante para “acertar o relógio império da literatura nacional”. Ele ainda chamou Mário de “meu poeta futurista”, em um artigo de 1921, ao que este replicou: “Não sou futurista (de Marinetti). Disse e repito-o. Tenho pontos de contato com o futurismo. Oswald de Andrade, chamando-me de futurista, errou”.
A influência futurista não foi reproduzida, portanto, mas assimilada e ressignificada. Oswald e Mário misturaram as tendências do cubismo e do futurismo em algumas de suas composições poéticas, sem deixar de firmar uma postura crítica à proposta de Marinetti, posto que a estética estrangeira não se adequava propriamente ao contexto brasileiro – até porque, ainda majoritariamente agrário, o Brasil começava lentamente a se industrializar. Não havia essa ambiência das máquinas e do avanço tecnológico como na Europa.
O poema a seguir é um exemplo da incorporação de algumas propostas futuristas nos versos de Mário de Andrade – canta a cidade de São Paulo, que à época já concentrava diversas pessoas de múltiplas origens, bem como já propagava a crença no progresso industrial; reverbera a ideia de liberdade das palavras; faz repetido uso de interjeições; canta o asfalto e o aeroplano; mas também relembra que há a lama de várzea coexistindo com o asfalto, há um tanto de arcaico convivendo com as ambições modernas. Veja:
Tu
Morrente chama esgalga,
Mais morta inda no espírito!
Espírito de fidalga,
Que vive dum bocejo entre dois galanteios
E de longe em longe uma chávena da treva bem forte!
Mulher mais longa
Que os pasmos alucinados
Das torres de São Bento!
Mulher feita de asfalto e de lamas de várzea,
Toda insultos nos olhos,
Toda convite nessa boca louca de rubores!
Costureirinha de São Paulo,
Ítalo-franco-luso-brasílico-saxônica,
Gosto dos seus crepusculares,
Crepusculares e por isso mais ardentes,
Bandeirantemente!
Lady Macbeth feita de névoa fina,
Pura neblina da manhã!
Mulher que és minha madrasta e minha mãe!
Trituração ascencional dos meus sentidos!
Risco de aeroplano entre Mogi e Paris!
Pura neblina da manhã!
Gosto dos teus desejos de crime turco
E das tuas ambições retorcidas como roubos!
Amo-te de pesadelos taciturnos,
Materialização da Canaã do meu Poe...
Never more!
Emílio de Menezes insultou a memória do meu Poe...
Oh! Incendiária dos meus aléns sonoros!
Tu és o meu gato preto!
Tu me esmagaste nas paredes do meu sonho!
Este sonho medonho!
E serás sempre, morrente chama esgalga,
Meio fidalga, meio barregã,
As alucinações crucificantes
De todas as auroras do meu jardim!