Artes, perguntado por joaopedrob978, 6 meses atrás

Pintor do movimento futurista que representar figuras e objetos em movimento para assistir Velocidade na pintura e corria a repetição de traço nas figuras​

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Respondido por lucasvianadearaujo01
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Resposta:

Futurismo no Brasil

O Modernismo brasileiro, que teve sua estreia oficial a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, recebeu influências diretas dos movimentos das vanguardas europeias. O horizonte da ruptura com a arte tradicional foi o principal propulsor para o surgimento da arte moderna, e os artistas brasileiros vislumbraram nas vanguardas um modelo, uma fonte de inspiração para orientar o surgimento de uma nova arte nacional. E as propostas futuristas de rejeição ao passado e do culto ao progresso e ao futuro iam ao encontro do que os modernistas brasileiros buscavam.

Além disso, o movimento modernista, no Brasil, trazia em si uma ânsia pela própria modernização, uma necessidade de acompanhar a modernidade da Segunda Revolução Industrial, da qual o futurismo era o testemunho mais direto.

Os artistas Oswald de Andrade e Mário de Andrade foram influenciados pela estética futurista, embora não tenham sido estritamente defensores desse movimento. Para Oswald, como redigido em seu Manifesto Pau-Brasil (1924), o futurismo foi importante para “acertar o relógio império da literatura nacional”. Ele ainda chamou Mário de “meu poeta futurista”, em um artigo de 1921, ao que este replicou: “Não sou futurista (de Marinetti). Disse e repito-o. Tenho pontos de contato com o futurismo. Oswald de Andrade, chamando-me de futurista, errou”.

A influência futurista não foi reproduzida, portanto, mas assimilada e ressignificada. Oswald e Mário misturaram as tendências do cubismo e do futurismo em algumas de suas composições poéticas, sem deixar de firmar uma postura crítica à proposta de Marinetti, posto que a estética estrangeira não se adequava propriamente ao contexto brasileiro – até porque, ainda majoritariamente agrário, o Brasil começava lentamente a se industrializar. Não havia essa ambiência das máquinas e do avanço tecnológico como na Europa.

O poema a seguir é um exemplo da incorporação de algumas propostas futuristas nos versos de Mário de Andrade – canta a cidade de São Paulo, que à época já concentrava diversas pessoas de múltiplas origens, bem como já propagava a crença no progresso industrial; reverbera a ideia de liberdade das palavras; faz repetido uso de interjeições; canta o asfalto e o aeroplano; mas também relembra que há a lama de várzea coexistindo com o asfalto, há um tanto de arcaico convivendo com as ambições modernas. Veja:

Tu

Morrente chama esgalga,

Mais morta inda no espírito!

Espírito de fidalga,

Que vive dum bocejo entre dois galanteios

E de longe em longe uma chávena da treva bem forte!

Mulher mais longa

Que os pasmos alucinados

Das torres de São Bento!

Mulher feita de asfalto e de lamas de várzea,

Toda insultos nos olhos,

Toda convite nessa boca louca de rubores!

Costureirinha de São Paulo,

Ítalo-franco-luso-brasílico-saxônica,

Gosto dos seus crepusculares,

Crepusculares e por isso mais ardentes,

Bandeirantemente!

Lady Macbeth feita de névoa fina,

Pura neblina da manhã!

Mulher que és minha madrasta e minha mãe!

Trituração ascencional dos meus sentidos!

Risco de aeroplano entre Mogi e Paris!

Pura neblina da manhã!

Gosto dos teus desejos de crime turco

E das tuas ambições retorcidas como roubos!

Amo-te de pesadelos taciturnos,

Materialização da Canaã do meu Poe...

Never more!

Emílio de Menezes insultou a memória do meu Poe...

Oh! Incendiária dos meus aléns sonoros!

Tu és o meu gato preto!

Tu me esmagaste nas paredes do meu sonho!

Este sonho medonho!

E serás sempre, morrente chama esgalga,

Meio fidalga, meio barregã,

As alucinações crucificantes

De todas as auroras do meu jardim!

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