pf me ajudem nesse trabalho!!!!!!!
Leitura 1
O texto que você vai ler agora e de
um dos escritores mais importantes da leitura brasileira, Machado de Assis, e
narra uma situação de conflito vivida por uma linha e uma agulha. Que historia
poderá ter acontecido com esses personagens? Você tem alguma idéia? Leia e veja o que
aconteceu.
Um apólogo
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo
de linha:
- Por que está você com esse ar,
toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
- Deixe-me, senhora.
-
Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que esta com um ar
insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. - Que cabeça, senhora? A senhora não e
alfinete, e agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual
tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
- Mas
você e orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas
por quê?
- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem e
que os cose, senão eu? - Você? Esta agora e melhor.
Você é que os cose? Você ignora que quem os
cose sou eu, e muito eu?
-
Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo prendo um pedaço ao outro,
dou feição aos babados...
- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por
você, que vem atrás obedecendo ao que eu
faço e mando...
- Também os batedores vão adiante do imperador.
- Você é imperador? -
Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante;
vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que
prendo, ligo, ajunto...=>
Estavam nisto, quando a costureira
chegou á casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma
baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na
agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano
adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como
os galgos de Diana – para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
- Então, senhora linha ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que
está distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os
dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela a agulha era
logo enchido por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que fazer, e não está
para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que não lhe dava resposta, calou-se
também, e foi andando. E era tudo silencio na saleta de costura; não se ouvia
mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol e a costureira
dobrou a costura para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro ate que
no quarto acabou a obra e ficou esperando o baile. Veio
a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que ajudou a vestir-se,
levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E
enquanto compunha o vestido da bela dama e puxava um lado a outro arregassava
daqui ou dali alisando, abotoando,acolchetando, a linha, para morfar da agulha
perguntou-lhe:
- Ora, agora diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa
fazendo parte do vestido e da elegância? Quem e que vai dançar com o ministro e
diplomatas enquanto você volta pra caixinha da costureira, antes de ir para
balaio das mucamas? Vamos, diga lá. Parece
que a agulha não disse nada mas um alfinete, de cabeça grande e não menor
experiência, murmurou á pobre agulha: - Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir
caminho para ela e ela é que vai gozar da vida enquanto ai ficas na caixinha da
costura. Faze como eu, que não abro caminho pra ninguém. Onde me espeto fico.
Contei esta historia a um
professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: - Também tenho o serviço de uma agulha a muita linha ordinária!
Atividade
1-Releia os dois trechos
a seguir.
A - Por que está você comesse ar, toda
cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
B - Que a deixe? Que a deixe, por quê?
Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei
sempre que me der na cabeça.
a)
Identifique
a qual personagem os trechos se referem. b)
Por
meio desses trechos, que características psicológicas desse personagem podem
ser percebidas?
c)
Ao
longo do texto, que outras caracteristicas psicológicas desse personagem podem
ser percebidas?
2-O tempo e o espaço são
elementos de uma narrativa, pois auxiliam no desenvolvimento da história
narrada.
a)
As
ações que envolvem a linha e a agulha ocorreram em que lugar?
b)
Em
quanto tempo transcorreram os fatos narrados envolvendo a agulha e alinha? E
quanto tempo se passou do inicio do diálogo entre a linha e a agulha e o dia do
término da costura?
c)
Em
qual tempo verbal o apólogo foi narrado? Explique por que há o predomínio desse
tempo verbal no apólogo.
Soluções para a tarefa
✅➖ 1-Releia os dois trechos a seguir.
“A - Por que está você comesse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?”
B - “Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei” sempre que me der na cabeça.
✅➖a) Identifique a qual personagem os trechos se referem.
Nos dois trechos o personagem que fala é a AGULHA , ela questiona o NOVELO de LÃ
✅➖b) Por meio desses trechos, que características psicológicas desse personagem podem ser percebidas?
Ela se sente a mais importante , é orgulhosa e invejosa da posição que o novelo possa ter.
✅➖c) Ao longo do texto, que outras caracteristicas psicológicas desse personagem podem ser percebidas?
A AGULHA durante o PRÓLOGO apresenta-se como um personagem ansiosa ciumenta e principalmente ciumenta !
✅➖2-O tempo e o espaço são elementos de uma narrativa, pois auxiliam no desenvolvimento da história narrada.
✅➖a) As ações que envolvem a linha e a agulha ocorreram em que lugar?
O local foi na Casa da Baronesa
✅➖b) Em quanto tempo transcorreram os fatos narrados envolvendo a agulha e a linha?
E quanto tempo se passou do inicio do diálogo entre a linha e a agulha e o dia do término da costura?
Foi no período da feitura da roupa mais o dia do baile seriam 2 dias .
✅➖c) Em qual tempo verbal o apólogo foi narrado?
Explique por que há o predomínio desse tempo verbal no apólogo.
Foi usado o Pretérito imperfeito do indicativo para mostrar a imprecisão do tempo histórico ( era uma vez ...)
Temos frases também no “tempo imperativo “
...(...)murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola.