História, perguntado por cyrceoliveira, 3 meses atrás

Pesquisem sobre o processo de independência política no estado do Espirito Santo


cyrceoliveira: Produzir um pequeno texto

Soluções para a tarefa

Respondido por nuriacotalo
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Resposta:1999: 114-117).

As juntas eram formadas por homens conhecidos na região, que em virtude de seus negócios e autoridade estabeleceram redes sociais que os conduziram a essa nova posição de poder. As juntas provinciais não eram novas no universo político português, mas se inseriam em uma tradição marcada pela possibilidade de formação de uma governabilidade que, no extremo, feria a autoridade do rei, uma vez que funcionavam como campo de decisão política (Souza, 1999: 40). As juntas foram recuperadas pelo Vintismo das lutas contra as invasões napoleônicas, ao congregar a reação local à invasão, formando um governo próprio cultivador do patriotismo (Souza, 1999: 116). Se o extremo da atuação da junta era ferir a autoridade real, István Jancsó percebe outros matizes antes de esse limite ser alcançado. Para esse autor, as juntas de governo proclamadas no pós-Revolução do Porto enfatizavam a lealdade ao soberano e a responsabilidade por evitar o "derramamento de sangue dos fiéis vassalos naquelas circunstâncias de futuro imprevisível" (Jancsó, 2005: 46). Imprevisibilidade foi a marca desse tempo. As juntas, por outro lado, nem sempre garantiram a lealdade ao soberano ou a preservação de um contingente de "vassalos".

Buscou-se, neste trabalho, entender qual era o papel delegado pela Junta Provisória do Espírito Santo a cada um ou a cada categoria social da província. Para essa tarefa, utilizou-se como fonte de pesquisa as correspondências trocadas pela junta com diversas autoridades, como as Câmaras das vilas, os juízes ordinários e o Ministério de Dom Pedro. Nesse corpus documental encontrou-se um discurso construído pela junta baseado em elementos como sossego público e povos desta província. As correspondências também se referem aos homens de autoridade e grande cabedal da região como os mais poderosos. Como indivíduos comprometidos com a autoridade, com a continuidade e com a mobilização de pessoas, nas esferas da religião, das armas, da burocracia e da escravidão, os membros da Junta Provisória seguiam o ideário da ordem, e a partir desse ideário buscavam construir sua própria identidade e a do Espírito Santo enquanto sossego público. Era isso o que dava unidade a eles próprios e aos povos desta província, além de lhes dar legitimidade para o exercício do poder.

de todas as do Brasil é talvez (...) a que precisa de mais providências, mas tudo confiamos na proteção de S. Exª a quem temos a honra de desejar que se digne ter em consideração esta pobre província perante o Senhor Príncipe Regente.1

Nesse caso, o pedido de empréstimos ao cofre dos ausentes para o cofre nacional é justificado pela necessidade de defesa da província. A defesa regional era uma preocupação constante das autoridades do Espírito Santo. A província era ameaçada cotidianamente pelos ataques dos "gentios bárbaros", como os contemporâneos se referiam aos indígenas, que causavam mortes e destruição de plantações. As fontes apresentam pedidos de socorro das vilas, solicitando que a junta tomasse providências em relação a esses ataques, como atestam correspondências das vilas de Benevente e Guaraparim. Outra ameaça percebida pelas autoridades locais era o grande contingente escravo. A investigação de Enaile Carvalho, baseada em inventários datados entre 1790 e 1821, informa que 49,48% do valor total das fortunas eram compostos por escravarias. A autora acrescenta que a média de escravos por proprietário nesse período era de oito (Carvalho, 2008: 114,116). De acordo com a historiadora Fabíola Martins Bastos, por sua vez, o censo de meados da década de 1820 apontou que dos 35.353 habitantes da província do Espírito Santo 13.128 eram escravos. Ou seja, de cada três moradores da província um era escravo (Bastos, 2008: 32). Além disso, em Guaraparim havia um quilombo que reunia certa de 600 pessoas. Dessa forma, também no Espírito Santo, no contexto pós-Revolução do Porto, estava presente "o medo das elites de algum levante escravo capaz de presentificar a revolução de São Domingos" (Souza, 1999: 119).

Como nem sempre era possível defender a contento todos os locais da província, em muitos momentos a Junta Provisória do Governo do Espírito Santo precisava estabelecer prioridades, como fica atestado na resposta da junta ao pedido de recursos do comandante das armas:

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Explicação:


cyrceoliveira: Obrigada, você ajudou muito!
nuriacotalo: de nd
Lithiumgrow: tá é doido, tinha q resumir
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