pesquise por *religiosidade das festas juninas: tradição na modernidade
preciso de um resumo sobre as partes mais relevantes pfv ^-^
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ão João Batista, como dito acima, era o mais proeminente dos santos juninos, dada a antiguidade de seu culto e sua importância na doutrina católica, como primo e precursor da missão de Jesus, como Messias. Pelo fato da Igreja ter instituído desde tempos ancestrais a festa de seu nascimento como solenidade no dia 24 de junho, o que atestam os antigos calendários jeronimiano e cartaginense, e de seu martírio, no dia 29 de agosto, João era um dos santos mais venerados. Aspectos folclóricos de sua festa foram incorporados das tradições dos antigos festivais da roda do ano celta, principalmente do festival de Litha, na comemoração do solstício de verão no hemisfério norte, em 21 de junho, onde eram abençoados e colhidos os grãos, se tomavam banhos cerimoniais e onde se costumava acender e pular uma grande fogueira, como se fazia em maio no festival de Beltane (1º de maio), que, segundo a crença, servia para se livrar dos infortúnios e da negatividade. Todos estes elementos se encontram presentes nas tradições juninas relativas à festa de São João, em 24 de junho e chegaram ao Brasil, trazidas pelos portugueses, onde apresentaram nuances regionais adaptadas aos trópicos.
Sobre São Pedro, príncipe dos apóstolos, cuja festa se realiza em 29 de junho, as festas mais expressivas do santo ocorreram nas regiões litorâneas e nas zonas áridas do nordeste brasileiro, pelo fato de se pedir a São Pedro a propiciação de chuvas e de pescas abundantes. No Brasil, muitos devotos tradicionalmente pedem a prosperidade e a abertura de caminhos ao santo, pelo fato do mesmo trazer em seus atributos a chave, na sua condição de “porteiro do céu”, de onde também vem as chuvas.
Mas é em Santo Antônio de Pádua (ou de Lisboa), santo tipicamente português, festejado em 13 de junho, que as devoções populares e religiosas assumem seu aspecto mais forte de superstição. Enquanto São João e São Pedro recebem em suas festas os pedidos de abundância, prosperidade e sorte, cabe a Santo Antônio de Pádua os pedidos relacionados ao amor. Enquanto João e Pedro são contemporâneos de Jesus no séc. I, Antônio é um santo medieval, religioso franciscano do século XIII. Em sua história, são abundantes as tradições que falam de milagres maravilhosos, dos quais os mais lembrados são justamente os que se referem ao encontro de coisas perdidas, curas milagrosas e a união de jovens enamorados. Sua tradicional representação segurando nos braços o Menino Jesus lhe trouxe a aura de proximidade com o salvador, de tal modo que a crença diz que todos os pedidos feitos pelo santo são ouvidos e atendidos, principalmente aqueles feitos em nome dos relacionamentos amorosos. Diferente de São Valentim e de Santa Inês, mártires que tradicionalmente eram venerados no restante da Europa como padroeiros dos namorados e invocados para propiciarem matrimônios, Santo Antônio só é invocado desse modo em Portugal e a crença no santo taumaturgo, ao ser transportada para o Brasil, foi potencializada, principalmente nas regiões das minas, onde predominaram as ordens terciárias e irmandades franciscanas.
O importante é que, no Brasil, as tradições das festas juninas reproduziram os mesmos padrões trazidos pelos portugueses da Europa, mas muitos deles, à luz da modernidade, vem sendo reinventados ao longo dos anos, pelo simples fato de que a mídia exerce uma pressão sobre o contexto de sua realização, o que ocorre mais à nível do folguedo. Os aspectos religiosos, no entanto, não sofreram muito com esta modernidade, mesclando-se com o folclore e sua manifestação que, muitas vezes, foge à liturgia e ao rito católico propriamente dito. Neste aspecto, torna-se importante também observar a religiosidade das festas juninas além do seu aspecto de simples folguedo, como importante manifestação da religiosidade contemporânea, que ainda guarda lado a lado tradições antigas com aspectos ressignificados das crenças daqueles que as praticam. Tais crenças presenciadas nas festas juninas, independentes do caráter mágico que lhes atribuem, ainda seguem como importantes elementos mediadores entre o indivíduo e o Sagrado.