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Jovem é vítima de intolerância religiosa dentro de escola em São Gonçalo
A Polícia Civil investiga um caso de intolerância religiosa ocorrido dentro de uma escola pública em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Aluna do 6 ano no Colégio estadual Padre Manuel da Nóbrega, no bairro Brasilândia, a jovem Kethelyn Coelho, de 15 anos, que é candomblecista, foi alvo de ofensas por parte de outros estudantes em sala de aula. Ao ouvir provocações como «gorda macumbeira» e «macumbeiros têm que morrer», a vítima se levantou para discutir com os adolescentes e acabou sendo expulsa do recinto pela professora. De acordo com o promotor de vendas Leandro Bernardo Coelho, de 35 anos, pai da jovem, Kethelyn já vinha sofrendo bullying por causa da religião desde o início do ano, quando se matriculou na unidade.
Os relatos, no entanto só vieram à tona há duas semanas, quando o responsável foi chamado pela direção da escola após a jovem ser vista chorando em sala. Após saber do episódio em que Kethelyn foi expulsa de sala, Leandro afirma ter solicitado à direção da escola uma reunião com os pais dos estudantes que a ofenderam, mas seu pedido não foi atendido. Segundo ele, a diretora do colégio só entrou em contato após ser notificada do inquérito policial. Na manhã desta terça-feira, a família foi recebida pelo secretário estadual de Direitos Humanos, Átila A. Nunes, que ofereceu assistência psicológica, jurídica e social à jovem.
Somente na última semana, a secretaria atendeu 20 casos de intolerância. Ao longo desta semana, a delegada deve ouvir o adolescente que foi apontado como autor das ofensas, a professora que teria expulsado a jovem de sala e a diretora da unidade, além da família da vítima. Um professor ou um diretor, quando detecta qualquer tipo de intolerância, é obrigado a se manifestar. Caso o inquérito conclua que houve crime, a professora e a diretora, caso indiciadas, poderão responder pelos crimes de intolerância religiosa e injuria, cujas penas somadas poderão chegar a seis anos de detenção.
Em nota, a Secretaria estadual de Educação afirma que abriu sindicância para apurar os fatos e diz que a direção da escola está acompanhando o caso junto à família da aluna. «A Seeduc ressalta que repudia quaisquer formas de preconceito e discriminação e reforça que as unidades da rede estadual desenvolvem várias iniciativas visando ao cumprimento da Lei n 10.639/03, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira em disciplinas como Arte, Ensino Religioso, História, Sociologia, Língua Portuguesa e Literatura. » .
Trauma
De acordo com Leandro, Kethelyn decidiu fazer a iniciação no candomblé em novembro de 2015. Para cumprir as obrigações da religião, raspou o cabelo e passou a usar objetos religiosos. Sofreu um pouco no início, mas a escola soube lidar bem com a situação. De acordo com relatos, um dos adolescentes que estuda com a jovem aprendeu cantos que são entoados em rituais do candomblé e passou a usá-los para constranger Kethelyn.
Kethelyn permanece matriculada na unidade, mas tem tido dificuldade de comparecer às aulas nas duas últimas semanas. Segundo Leandro, ela chegou a faltar três dias seguidos. Quero que a polícia investigue os fatos e cobre providências da diretora.