pesquise 3 lendas, contos ou curiosidades folclóricas presentes em 3 países do continente europeu
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Resposta:
A mulher das flores
A literatura do País de Gales oferece uma rica narrativa dos mitos e lendas celtas. A história, dividida em 4 partes, é conhecida como Mabinogion. Uma delas: Lleu Llaw Gyffes, o Brilhante Habilidoso, foi proibido por sua mãe de se casar com uma mortal. Mas seu tio Gwidion era mágico e, com a ajuda de outro mágico, Gwynedd, usou seus poderes para criar uma linda mulher com flores de 3 árvores. Mas, tão logo ganhou vida, a moça se apaixonou por outro homem e pediu que o namorado matasse Lleu. O Brilhante se transformou numa águia e voou para um carvalho, uma árvore que os celtas consideravam mágica e cuja casca era usada pelos druidas em suas poções. O tio correu para lá, lhe devolveu a forma humana e ele matou o amante da ex-futura mulher. A beleza vinda das flores se transformou em coruja. E Lleu virou o rei de Gales.
O deus chifrudo
“As culturas celtas mais antigas apareceram no continente europeu”, diz Benjamin Bruch, professor de línguas celtas da Universidade de Bonn, na Alemanha. Surgidos por volta de 1200 a.C., eles foram marcados pela influência dos povos do sul da Europa que se desenvolveram a partir do século 5 a.C. “Os celtas abrigaram um vasto número de culturas, incluindo a dos gauleses, e foram influenciados pelo contato com os gregos, os romanos e, depois, com os cristãos”, diz Bruch. Há quem inclua no vasto ramo de povos celtas grupos que viveram na atual Espanha e até mesmo os gálatas, que habitaram a região onde hoje fica a Turquia – a própria palavra “celta” para definir esse povo é de origem grega; eles mesmos nunca se denominaram assim. Em tanto espaço, a cultura era o traço de união.
A mitologia desses povos continentais foi diluída pelos romanos, que transcreviam as histórias que ouviam, mas adaptando os personagens a seu próprio panteão. Depois, foi incorporada pelos cristãos, que tomaram para si vários relatos e, principalmente, datas comemorativas.
Antes da contaminação por outras culturas, os celtas criaram um vasto panteão de deuses e divindades ligados à natureza. Um deles, cuja presença se espalhou por quase toda a Europa, era Cernunnos, o deus chifrudo. Ele tinha forma humana, mas de sua cabeça brotava uma galhada de veado. Ele era cabeludo e barbudo e vestia no pescoço uma espécie de anel, conhecido como torc, um símbolo celta de nascimento nobre. A imagem mais antiga do deus é do século 4 antes de Cristo. E sua iconografia é encontrada em toda a Europa.
Num paralelo com a mitologia grega, Cernunnos era um deus selvagem, tal como Pã. As imagens o mostram cercado de animais, como serpentes, veados e javalis. Os chifres, dizem os antropólogos, são um símbolo de fertilidade – entendida aí como sinônimo de boas colheitas no campo e, claro, com um forte componente sexual. Ele é o senhor dos animais, provedor de alimentos e de riqueza.
Os chifres, entre os celtas, também estão relacionados à virilidade e à violência. Há histórias de viajantes que comem maçãs e ganham chifres, ou de guerreiros nos quais nascem frondosas galhadas na testa na véspera de uma batalha.
Contar até 3
“Os celtas eram fascinados por coisas que acabavam em 3”, registra Philip Wilkinson em Myths & Legends. São comuns imagens de touros com 3 chifres e deuses com 3 cabeças. Irlandeses e galeses escreviam tríades, pequenos poemas com 3 versos (tais como os haikais japoneses) que descreviam 3 conceitos. Há um monte de lendas que envolvem 3 filhos ou 3 filhas. Algumas esculturas celtas mostram as “3 mães”, um símbolo poderoso da cultura. Elas carregam cestos com alimentos, e especialistas as relacionam com a generosidade da terra e com a fertilidade das mulheres.
A abundância estava relacionada ao sagrado. E um dos instrumentos míticos mais recorrentes nas antigas histórias celtas é um prosaico caldeirão, a “panela do grande pai”. Não era tão prosaico assim, na verdade. Aqueles que comiam da comida preparada nele ganhavam vida eterna. Entre os antigos irlandeses, havia a história do caldeirão dos Da Derga, tão generoso que nunca faltava alimento para os homens. O de Dagda, o druida supremo, era uma fonte que nunca deixava ninguém com fome. O culto à natureza era uma forte marca dos celtas. Quando um raio caía num lugar, por exemplo, eles imediatamente o transformavam num local sagrado. O responsável pelos raios era Taranis, o deus do céu. Quando os romanos invadiram a Bretanha no século 1, Taranis foi descrito como o deus da guerra e imediatamente identificado com Júpiter. Um dos cultos ao deus envolvia sacrifícios humanos (tais como os povos americanos antes de Colombo). Os escolhidos eram queimados vivos em barcos de madeira ou afogados.