Português, perguntado por mosquitinho22, 3 meses atrás

pesquisar a biografia de três poetisas e 3 textos ou 3 poemas de casa uma!​

Soluções para a tarefa

Respondido por gigipagano
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Resposta: Vou dar exemplo das seguintes poetisas: Cecília Meireles, Hilda Hilst e Cora Coralina, sendo um resumo da bio de cada uma.

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro, dia 7 de novembro de 1901. Desde pequena recebeu uma educação religiosa e demonstrou grande interesse pela literatura, escrevendo poesias a partir dos 9 anos de idade.

Tornou-se professora diplomando-se no “Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro”.

Em 1919, com apenas 18 anos, publicou sua primeira obra de caráter simbolista, “Espectros”.

Pelo trabalho realizado na literatura ela recebeu diversos prêmios, dos quais se destacam:Prêmio de Poesia Olavo Bilac, Prêmio Jabuti, Prêmio Machado de Assis

Cecília falece ao entardecer na sua cidade natal, dia 9 de novembro de 1964, com 63 anos, vítima de câncer.

A seguir 3 poemas dela.

                     Retrato

  Eu não tinha este rosto de hoje,

   Assim calmo, assim triste, assim magro,

   Nem estes olhos tão vazios,

   Nem o lábio amargo.

   Eu não tinha estas mãos sem força,

   Tão paradas e frias e mortas;

   Eu não tinha este coração

   Que nem se mostra.

   Eu não dei por esta mudança,

   Tão simples, tão certa, tão fácil:

   — Em que espelho ficou perdida

   a minha face?

              Encomenda

   Desejo uma fotografia

   como esta — o senhor vê? — como esta:

   em que para sempre me ria

   como um vestido de eterna festa.

   Como tenho a testa sombria,

   derrame luz na minha testa.

   Deixe esta ruga, que me empresta

   um certo ar de sabedoria.

   Não meta fundos de floresta

   nem de arbitrária fantasia...

   Não... Neste espaço que ainda resta,

   ponha uma cadeira vazia.

              Elegia

   Neste mês, as cigarras cantam

   e os trovões caminham por cima da terra,

   agarrados ao sol.

   Neste mês, ao cair da tarde, a chuva corre pelas montanhas,

   e depois a noite é mais clara,

   e o canto dos grilos faz palpitar o cheiro molhado do chão.

   Mas tudo é inútil,

   porque os teus ouvidos estão como conchas vazias,

   e a tua narina imóvel

   não recebe mais notícias

   do mundo que circula no vento.

Agora sobre Hilda Hilst: Hilda Hilst nasceu em 21 de abril de 1930, em Jaú, no estado de São Paulo. Em 1952, formou-se em direito, mas exerceu a profissão apenas por um ano e decidiu se dedicar exclusivamente à literatura. Mais tarde, casou-se como o escultor Dante Casarini, e foram morar na Casa do Sol, lugar que se tornou um ponto de encontro de artistas."

A escritora, que faleceu em 04 de fevereiro de 2004, em Campinas, teve uma vida dedicada, principalmente, à poesia, mas, também, escreveu narrativas e peças de teatro. Suas obras são caracterizadas pelo monólogo interior e questionamentos existenciais.

A seguir 3 poemas dela.

          Amavisse

Como se te perdesse, assim te quero.

Como se não te visse (favas douradas

Sob um amarelo) assim te apreendo brusco

Inamovível, e te respiro inteiro

Um arco-íris de ar em águas profundas.

Como se tudo o mais me permitisses,

A mim me fotografo nuns portões de ferro

Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima

No dissoluto de toda despedida.

Como se te perdesse nos trens, nas estações

Ou contornando um círculo de águas

Removente ave, assim te somo a mim:

De redes e de anseios inundada.

(II)

* * *

Descansa.

O Homem já se fez

O escuro cego raivoso animal

Que pretendias.

                            Passeio

   De um exílio passado entre a montanha e a ilha

   Vendo o não ser da rocha e a extensão da praia.

   De um esperar contínuo de navios e quilhas

   Revendo a morte e o nascimento de umas vagas.

   De assim tocar as coisas minuciosa e lenta

   E nem mesmo na dor chegar a compreendê-las.

   De saber o cavalo na montanha. E reclusa

   Traduzir a dimensão aérea do seu flanco.

   De amar como quem morre o que se fez poeta

   E entender tão pouco seu corpo sob a pedra.

   E de ter visto um dia uma criança velha

   Cantando uma canção, desesperando,

   É que não sei de mim. Corpo de terra.

                        Desejo

   Quem és? Perguntei ao desejo.

   Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.

Agora sobre Cora Coralina. Cora Coralina foi uma poetisa e contista brasileira. Publicou seu primeiro livro quando tinha 75 anos e tornou-se uma das vozes femininas mais relevantes da literatura nacional.

Ana Lins dos Guimarães Peixoto, conhecida como Cora Coralina, nasceu na cidade de Goiás, no Estado de Goiás, no dia 20 de agosto de 1889. Filha de Francisco, desembargador, nomeado por Dom Pedro II, e de Jacinta Luísa. Cursou apenas até a terceira série do curso primário.

Começou a escrever poemas e contos quando tinha 14 anos, chegando a publicá-los em 1908, no jornal de poemas “A Rosa”, criado com algumas amigas.

Faleceu em Goiânia, Goiás, no dia 10 de abril de 1985.

A seguir 3 poemas dela.

                    Aninha e Suas Pedras

   Não te deixes destruir…

   Ajuntando novas pedras

   e construindo novos poemas.

   Recria tua vida, sempre, sempre.

   Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

   Faz de tua vida mesquinha

   um poema.

   E viverás no coração dos jovens

   e na memória das gerações que hão de vir.

   Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

   Toma a tua parte.

   Vem a estas páginas

   e não entraves seu uso

   aos que têm sede.

                  Conclusões de Aninha

   Estavam ali parados. Marido e mulher.

   Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça

   tímida, humilde, sofrida.

   Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,

   e tudo que tinha dentro.

   Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar

   novo rancho e comprar suas pobrezinhas.

   O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,

   entregou sem palavra.

   A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,

   se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar

   E não abriu a bolsa.

   Qual dos dois ajudou mais?

                            Becos de Goiás

   Becos da minha terra...

   Amo tua paisagem triste, ausente e suja.

   Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa.

   Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio.

   E a réstia de sol que ao meio-dia desce fugidia,

   e semeias polmes dourados no teu lixo pobre,

   calçando de ouro a sandália velha, jogada no monturo.

   Amo a prantina silenciosa do teu fio de água,

   Descendo de quintais escusos sem pressa,

   e se sumindo depressa na brecha de um velho cano.

   Amo a avenca delicada que renasce

   Na frincha de teus muros empenados,

   e a plantinha desvalida de caule mole

   que se defende, viceja e floresce

   no agasalho de tua sombra úmida e calada

Espero ter ajudado!


mosquitinho22: obg
mosquitinho22: ei vc pode criar um poema pra mim?
mosquitinho22: ei
mosquitinho22: de qual site tu pegou isso?
gigipagano: eu fiz pesquisa em varios sites, foram mais de 6, nao lembro quais
mosquitinho22: ah tá bom
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