Artes, perguntado por go470737, 5 meses atrás

Pesquisa sobre o código de ética e conduta do senado e Câmara de deputados federais do Brasil​

Soluções para a tarefa

Respondido por tellossilveira
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Resposta:

Não se concebe um regime democrático sem a instituição do

Parlamento. Em qualquer parte do mundo, hoje, democracia é

sinônimo de representação política. A própria complexidade da

sociedade moderna inviabiliza o que se poderia chamar de democracia

direta, isto é, a participação de todo e qualquer cidadão nas decisões

de caráter nacional, sem a intermediação de representantes.

Nesse contexto, a importância do Parlamento e dos

parlamentares ganha saliência. É o Parlamento que torna possível a

representação política da sociedade, refletindo as opiniões e os

sentimentos dos cidadãos. É o parlamentar que dá voz à comunidade e

transforma os anseios populares em ação política. Sem essa

representação parlamentar, a organização social corre o risco de se

tornar politicamente inexeqüível, legando a definição dos rumos da

nação a elites minoritárias ou a multidões desorganizadas.

Mas, para que o Parlamento funcione como um verdadeiro canal

de participação popular no processo democrático, é necessário,

sobretudo, que ele goze de credibilidade enquanto instituição

representativa do cidadão. Se não há democracia sem representação,

tampouco há representação sem credibilidade.

Na maioria das vezes, a imagem negativa do Congresso é

atribuída à influência da imprensa, que, ao concentrar-se no plenário

vazio, nutre no público expectativas irreais ou distorcidas com

respeito ao trabalho parlamentar. Pois, como bem observou o analista

Roberto Pompeu de Toledo, há, na verdade, “muitas outras atividades

que um deputado desenvolve, quase sempre mais frutuosas, além de

comparecer ao plenário”1

. Outras vezes, contudo, a imagem negativa

do Congresso junto à população decorre do suposto trabalho em causa

1

TOLEDO, Roberto Pompeu de. O poder do Congresso. Veja, São Paulo, 29 abr. 1992, p. 39.

6 Câmara dos Deputados

própria dos parlamentares e do não-cumprimento de suas obrigações

como representantes do povo. Na avaliação realizada pelo Instituto

Datafolha em junho de 2001, a reprovação do Congresso foi explicada

pela “avalanche de denúncias contra o então Senador Jader Barbalho

e pela não-abertura da CPI da corrupção”2

.

Há, sem dúvida, uma estreita ligação entre a avaliação que o

cidadão faz do Parlamento e o desempenho ético dos parlamentares. A

sociedade exige transparência nas atividades de suas instituições

públicas. De fato, segundo as pesquisas de opinião, a sociedade

prefere conhecer as mazelas do Poder Legislativo a tê-las encobertas.

Além de transparência, a sociedade exige coerência nas ações dos

representantes e punição para possíveis abusos de suas prerrogativas.

O próprio conceito de democracia representativa encerra uma

forte conotação ética. Na medida em que cidadãos comuns elegem

representantes e lhes concedem poderes amplos para deliberar sobre

assuntos que afetam o bem-estar de todos, tal representação enseja

uma responsabilidade singular. O representante deve, para tornar

efetivo seu mandato, privilegiar, em suas decisões e ações, a busca do

bem comum, evitando o interesse privado e a exploração do cargo

para usufruir de privilégios. Esse é o pressuposto da democracia

representativa e da ação política ética.

O Parlamento, contudo, não é formado por seres perfeitos. Por

ser constituída por seres humanos, a instituição tem defeitos e

limitações que são comuns à própria sociedade. Nem mais, nem

menos. De fato, pode-se definir o Parlamento como um espelho quase

perfeito da sociedade que representa.

O grande desafio do Legislativo moderno neste início de milênio

é precisamente encarar a questão ética como prioridade, consagrando

a transparência e vencendo abusos em potencial. Na Câmara dos

Deputados, demos um primeiro passo para o estabelecimento de uma

estrutura ética mais exigente e mais afinada com os anseios da

população brasileira: aprovamos nosso Código de Ética.

Trata-se do resultado pragmático de extensa deliberação

parlamentar, conseguido depois de nove anos de tentativa de se

regulamentar a ética nesta Casa do Congresso Nacional. Apresentada

pela Mesa Diretora em 1992, a matéria sofreu várias alterações em

suas idas e vindas no âmbito do processo legislativo da Câmara

Federal. Após atravessar duas novas legislaturas e ter sua feição mais

harmonizada aos anseios populares, o projeto finalmente torna-se uma

realidade neste ano de 2001.

O Código de Ética da Câmara dos Deputados é um instrumento

que permite que a sociedade volte a olhar com respeito para o

Parlamento. Ele inicia nova fase na história da instituição e abre

espaço para novo tipo de diálogo entre Parlamento e cidadão,

fundamentado na responsabilidade social e política de cada um dos

parlamentares.

Longe de ser um fim em si mesmo, o Código de Ética da

Câmara dos Deputados constitui um ponto de partida. Com ele,

passamos a colocar na pauta permanente dos debates parlamentares a

questão da qualidade moral das instituições brasileiras.

Explicação:

Espero ter ajudado

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