História, perguntado por joao13314, 4 meses atrás

pesquisa: Causas das guerras holandesas?

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Respondido por mendoncadebora2605
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Resposta:

Antecedentes.

Com a morte do Cardeal D. Henrique, Rei de Portugal em 1580, Filipe II, Rei da Espanha, ascendeu ao trono português. Em conseqüência, Portugal esteve unido à Espanha até 1640, formando ambos um vasto império.

Esta união atraiu sobre Portugal, e naturalmente sobre o Brasil, os tradicionais inimigos da

Espanha.

As Províncias Unidas (vulgarmente conhecidas pelo nome de uma delas, Holanda), desde muito tempo rebeladas contra o domínio espanhol, organizaram, em 1602, a Companhia das Índias Orientais. Essa empresa, em 10 anos de completo e surpreendente êxito, tirou de Portugal e da Espanha o monopólio comercial do Oriente.

Em 1609, a Holanda, fortalecida militar e economicamente, tornou-se independente da Espanha, e passou, agressivamente, a disputar com ela a hegemonia comercial do mundo.

Para frear o expansionismo comercial e religioso-calvinista da Holanda, a Espanha determinou o fechamento dos portos luso-espanhóis aos barcos holandeses que viviam de rendas obtidas com fretes dos transportes marítimos de diversos povos e preferidos para conduzir o açúcar do Brasil.

Em represália, a Holanda voltou-se contra a Espanha, em luta de vida e morte, envolvendo o Brasil.

Espionagem.

A atividade de transporte de mercadorias possibilitou à Holanda fazer o levantamento estratégico das colônias, portos e litoral do império luso-espanhol.

Os holandeses estudaram bem o Brasil, conheciam sua potencialidade econômica, sua fraqueza militar e a importância estratégica que teria, se conquistado, para desferirem rude golpe no monopólio ibérico na América do Sul e no litoral ocidental da África.

Instrumento das invasões ao Brasil.

Animados com o sucesso da Companhia das Índias Orientais, em 1602 os capitalistas de Amsterdã e Roterdã, por idéia de Willen Usselincx, criaram uma outra, das Índias Ocidentais, reconhecida em 3 de junho de 1621 pelos Estados Gerais das Províncias Unidas. A finalidade era invadir o Brasil, de onde esperavam exercer o domínio naval no Atlântico Sul, conquistar o monopólio luso-espanhol do açúcar, do pau-brasil, do couro, da prata e do comércio de escravos africanos, e expandir as idéias da Reforma religiosa em imensa área católica.

À Companhia das Índias Ocidentais a Holanda assegurou o comércio exclusivo na América e outras áreas, por 24 anos, autorizando-a a conquistar territórios, criar colônias, firmar tratados e nomear administradores. O governo das Províncias Unidas apoiou a Companhia, fornecendo tropas, navios e auxílio financeiro, pois esperava que ela o enriquecesse e fortalecesse ainda mais.

A esta Companhia coube invadir o Brasil por duas vezes, a primeira na Bahia, em 1624, a segunda em Pernambuco, em 1630.

As invasões deram lugar à Guerra Holandesa (1624-1654) ou Guerra dos Trinta Anos do Brasil, extensão da Guerra dos Trinta Anos na Europa (1618-1648), na qual "escreveu-se a sangue o endereço do Brasil", no dizer de Gilberto Freyre.

Motivo da cobiça.

A maior riqueza do Nordeste era a cana-de-açúcar, que encontrava ambiente ideal nos terrenos de massapê, próximos ao litoral. Este produto assegurava excelentes lucros a Portugal e Espanha. Existiam cerca de 300 engenhos na região, a maioria junto aos portos de Salvador e de Recife, pelos quais era exportado. Por aí seguia também pau-brasil, algodão, anil, fumos e couros.

Um quadro econômico tão favorável atraiu para o Brasil a Companhia das Índias Ocidentais, ávida de lucros para seus acionistas.

Incentivo à agressão.

O Nordeste estava despreparado militarmente para fazer frente à invasão potente e planejada.

O sistema defensivo em torno das localidades e engenhos isolados era sumário; bastava, apenas, contra os índios e as investidas corsárias.

Somente os portos de Recife e Salvador possuíam condições satisfatórias para repelir ações de pirataria, mas não de esquadras.

A Espanha, preocupada em proteger suas minas de ouro no México e de prata no Peru e comboiar estas riquezas até o Reino, deixou indefeso e vulnerável o Nordeste.

Salvador, cidade aberta.

Desde 1599 os holandeses tinham realizado incursões na Bahia, constatando sua fraqueza. Além disso, dispunham de informações de seus agentes.

Salvador não possuía força numerosa: apenas 80 soldados profissionais e fortificações antiquadas. Para agravar a situação, não tinha força naval para patrulhar a costa.


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