Question

Peripécias de Kaji

Acordei às 5 h da manhã sob gritos vindos da janela da casa ao lado da minha.
-- Ei, você não vai?? Luan?! Luan?!... gritos insistentes ecoavam pela rua do vilarejo.
Atordoado e ainda sonolento, quase caio da rede, ao tentar me levantar.
Era o Kaji, meu amigo, filho da vizinha, aliás, naquela rua, pelo seu tamanho, todos tornavam-se vizinhos mesmo se não quisessem.
Kaji era daqueles amigos encostados, que só não dormia na minha casa, porque não havia mais espaço, pois a família era grande e a casa muito pequena. Pensei comigo: "A noite anterior deve ter sido curta, pois ele já estava ali a me atormentar, e ainda mais àquela hora!?"
-- Lapso de memória! (No mesmo instante lembrei).
Havia esquecido que tínhamos combinado de ir à cidade visitar alguns brechós e, com um pouco de sorte, quem sabe, voltar de lá com o principal material para execução do nosso, mais dele do que meu, "projeto de voo".
O intento não seria fácil, pois tudo o que conseguimos juntar durante a semana para comprar um guarda-chuva usado, foram alguns centavos, adquiridos a muito custo e com a venda das garrafas vazias de soda que eram diariamente consumidas pela vizinhança.
Então, regressamos satisfeitos, valeu o esforço e valeu ter acordado cedo, estávamos triunfantes. Tivemos êxito, não devido à quantia que levamos, mas graças à solidariedade de um senhor que, incomodado com as nossas idas e vindas, perguntou-nos o que se passava.
Kaji, como era veterano de encenação, pois tinha talento nato, viu naquela curiosidade do senhor a oportunidade preciosa de conseguir o almejado objeto. Depositei toda a minha esperança nele, pois na arte de inventar histórias mirabolantes não conhecia ninguém como ele. Era mestre em chegar na hora exata das refeições sem ser convidado e, contando histórias, comia mais do que os de casa.
Não sei ao certo o que disse ao senhor, mas vi quando este entregou-lhe o objeto com os olhos banhados. E foi assim que voltamos para casa, saltitantes.
Já em casa, Kaji tratou logo de reforçar o velho guarda-chuva com barbantes, esparadrapo e sacolas.
-- Esses materiais tornarão o voo mais leve e duradouro. Disse ele.
Feitos os reparos do "aeroplano", foi assim que passamos a chamá-lo, fomos correndo até o fim da rua, que encerrava-se com um morro de vista alta e deslumbrante. O sol estava se pondo e o Kaji queria testar o nosso projeto.
-- Segura bem firme! Advertiu-me.
E então saltamos. Não duramos muito tempo no ar, logo estávamos esparramados no chão, de quebra, ganhei alguns arranhões e o Kaji um hematoma no braço esquerdo. Mas as gargalhadas que demos, debruçados sobre os arbustos e o capim secos, fizeram com que esquecêssemos os machucados naquele momento.
Perguntei-me em voz alta o que ia dizer a minha mãe sobre aquele meu estado, caso me perguntasse. Kaji sorriu e disse:
-- Não se preocupe, já pensei nisso. A desculpa de hoje eu já tenho, agora a de amanhã...
Adiantou-me que no dia vindouro saltaríamos da goiabeira da casa do seu Nelson, e dessa vez o voo seria mais alto, mais emocionante e, de quebra, ainda lancharíamos suculentas e doces goiabas.
Nesse momento fomos interrompidos pelo chamado do meu irmão mais novo. Era hora do jantar, Kaji sem cerimônia foi logo perguntando:
-- Hoje tem soda?
E antes que eu respondesse, ele já adiantava:
-- Já sei, janto lá e aproveitamos para combinarmos o voo de amanhã.
Eu respondi-lhe sem cerimônia que dessa vez não participaria. Complementei dizendo que andar e correr para mim bastava, voar já não estava mais em meus planos.
-- Então, nesse caso, irei só. Respondeu-me sorridente.
-- Ah! Mas não esqueça de dizer à tia Naná para deixar janta pra mim. A missão de amanhã será muito desgastante e um aviador precisa de muita energia e de vitaminas pra se restabelecer. E assim a desculpa para jantar mais uma vez em minha casa estava garantida, agora restava pensar na próxima.




01) Dê uma explicação coerente para  título empregado no texto acima:


02) Sugira um novo título para ele: 


03) Quais são os personagens de destaque no texto?


04) O narrador participa da história? Justifique com alguma passagem do texto:


05) Em que lugar se passa a história narrada?


06) Qual era o grande propósito dos meninos?


07) Que atitudes eles tomaram para tentar colocar em prática o plano?


08) O narrador e amigo de Jika o descreve no quinto parágrafo. Que informações ele nos dá a seu respeito? 


09) Levante hipóteses: que argumentos você acha que Kaji usou para convencer o senhor a lhe dar o guarda-chuva?


10) O texto trabalhado configura-se um gênero textual narrativo específico, qual é este gênero?​

Answer 1

oiiii eu não tô conseguindo fazer mais espera que eu vou te ajudar