Português, perguntado por matttecch, 3 meses atrás

PERGUNTA 1

“Quando eu era menina o meu sonho era ser homem para defender o Brasil porque eu lia a História do Brasil e ficava sabendo que existia guerra. Só́ lia os nomes masculinos como defensor da pátria. Então eu dizia para a minha mãe:
– Porque a senhora não faz eu virar homem?
Ela dizia:
– Se você passar por debaixo do arco-íris você vira homem.
Quando o arco-íris surgia eu ia correndo na sua direção. Mas o arco-íris estava sempre distanciando. Igual os políticos distantes do povo. Eu cansava e sentava. Depois começava a chorar. Mas o povo não deve cansar. Não deve chorar. Deve lutar para melhorar o Brasil para os nossos filhos não sofrer o que estamos sofrendo. Eu voltava e dizia para a mamãe:
– O arco-íris foge de mim”. (Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo)

“Sua preocupação reduzia-se a tomar cuidado na hora perigosa da tarde, quando a casa estava vazia sem precisar mais dela, o sol alto, cada membro da família distribuído nas suas funções. Olhando os móveis limpos, seu coração se apertava um pouco em espanto. Mas na sua vida não havia lugar para que sentisse ternura pelo seu espanto — ela o abafava com a mesma habilidade que as lides em casa lhe haviam transmitido. Saía então para fazer compras ou levar objetos para consertar, cuidando do lar e da família à revelia deles. Quando voltasse era o fim da tarde e as crianças vindas do colégio exigiam-na. Assim chegaria a noite, com sua tranquila vibração. De manhã acordaria aureolada pelos calmos deveres. Encontrava os móveis de novo empoeirados e sujos, como se voltassem arrependidos. Quanto a ela mesma, fazia obscuramente parte das raízes negras e suaves do mundo. E alimentava anonimamente a vida. Estava bom assim. Assim ela o quisera e escolhera.” (Clarice Lispector, Laços de família)

Pensando nos trechos lidos, avalie as seguintes afirmações:

(I) Ambas as escritoras estão tratando da questão feminina, de como a mulher se constitui como sujeito.
(II) Ambos os textos tratam de mulheres que preferiam ter nascido homem, para escapar do destino de mulher imposto pela sociedade.
(III) O primeiro texto trata de uma mulher pobre e infeliz enquanto o segundo descreve a felicidade de uma dona de casa de classe média.
(IV) Do primeiro texto, infere-se o desejo de reconhecimento pela contribuição para a história do país, enquanto do segundo, o esforço da dona de casa para admitir seu destino de mulher, evitando refletir sobre sua interioridade.

Quais afirmações estão corretas:

a. I e IV
b. III e IV
c. I, II e IV
d. II e III
e. I, III e IV

PERGUNTA 2

“Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.”


“Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
(...)
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.”

Adélia Prado é uma das escritoras brasileiras mais importantes da contemporaneidade. Ao estabelecer um diálogo intertextual com o poema de Carlos Drummond de Andrade, a poeta está:

a. Realizando uma paródia, por meio da qual trata da condição feminina e reivindica um lugar igualitário para a mulher na sociedade.

b. Propondo uma sátira que zomba da condição maldita do homem na sociedade, em comparação com a mulher desdobrável.

c. Criticando o machismo expresso no poema de Carlos Drummond de Andrade, que envergonha a mulher.

d. Queixando-se de sua condição feminina, envergonhada, desdobrável e que tem de carregar bandeira.

e. Aprimorando o poema de Carlos Drummond de Andrade e atualizando-o para o século XXI, no qual a mulher conquistou a condição de igualdade social.

Soluções para a tarefa

Respondido por lorenscq
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Resposta:

RESPOSTA 1: a. I e IV

RESPOSTA 2: a. Realizando uma paródia, por meio da qual trata da condição feminina e reivindica um lugar igualitário para a mulher na sociedade.

Explicação:


rebecabarbbi: - A curiosidade de Capitu é expressa por seus olhos, que José Dias qualifica como “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”, mas que Bentinho prefere comparar à ressaca do mar, cujas ondas o envolve, puxa e traga.
rebecabarbbi: - Embora as mulheres tenham escrito ativamente no século XIX, encontravam dificuldades para participar do circuito literário, dominado por homens, o que acarretou um posterior apagamento de suas atuações como escritoras.

- O eu lírico contempla uma bela adormecida, passiva e nua, numa atmosfera romântica, mas que é ironicamente desfeita quando ela acorda e ri de sua atitude.
Respondido por leothomazcosta
1

Resposta:

1. I e IV

2. Realizando uma paródia, por meio da qual trata da condição feminina e reivindica um lugar igualitário para a mulher na sociedade.

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