[...] Pensou na família, sentiu fome. Caminhando, movia-se como uma coisa, para bem dizer não se diferençava muito da bolandeira de seu Tomás. Agora, deitado, apertava a barriga e batia os dentes. Que fim teria levado a bolandeira de seu Tomás? Olhou o céu de novo. Os cirros acumulavam-se, a lua surgiu, grande e branca. Certamente ia chover. Seu Tomás fugira também, com a seca, a bolandeira estava parada. E ele, Fabiano, era como a bolandeira. Não sabia por que, mas era. Uma, duas, três, havia mais de cinco estrelas no céu. A lua estava cercada de um halo cor de leite. Ia chover. Bem. A catinga ressuscitaria, a semente do gado voltaria ao curral, ele, Fabiano, seria o vaqueiro daquela fazenda morta. Chocalhos de badalos de ossos animariam a solidão. Os meninos, gordos, vermelhos, brincariam no chiqueiro das cabras, sinhá Vitória vestiria saias de ramagens vistosas. As vacas povoariam o curral. E a catinga ficaria toda verde. [...]
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2016. p.15.
No trecho do texto, um exemplo de discurso indireto livre é:
A “Uma, duas, três, havia mais de cinco estrelas no céu.”
B “Agora, deitado, apertava a barriga e batia os dentes.”
C “Caminhando, movia-se como uma coisa.”
D “Pensou na família, sentiu fome.”
E “Olhou o céu de novo.”
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Resposta: A
Explicação:
''Uma, duas, três, havia mais de cinco estrelas no céu''. Esse trecho se dá como um exemplo de discurso indireto livre, visto que o autor não cita nomes e nem fala como se estivesse referindo-se a alguém.
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