Para Saber Mais: O que querem os chargistas? Em acordo aos pressupostos do conceito, charges não são para criticar o governo ou porque alguém é ateu ou bebe, porque não são críticas pessoais
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Resposta:
Uma ilustração que mostra Jair Bolsonaro (ex-PSL) com um balde e um pincel nas mãos após pintar as pontas de uma cruz vermelha (símbolo de hospitais e ambulâncias) e transformá-la em uma suástica (símbolo do nazismo) com um texto “bora invadir outro” foi multiplicada por centenas de cartunistas de todo país, depois de ser “censurada” pelo governo federal.
O desenho do cartunista Ricardo Aroeira, foi uma crítica e ironia, características das charges, para denunciar a ação de Bolsonaro que em uma “live” em rede social incentivou pessoas para que elas "arranjem um jeito" de invadir hospitais para checar a ocupação de leitos de tratamentos contra o novo coronavírus (Covid-19).
A charge, publicada primeiramente pelo jornalista Ricardo Noblat em seu blog, foi considerada criminosa pela Secretaria de Comunicação e pelo Ministério da Justiça do governo federal, que anunciaram publicamente que o autor e o jornalista seriam processados baseados na Lei da Segurança Nacional.
E foi neste contexto, que um movimento espontâneo de cartunistas, imediatamente, cresceu nas redes com mais de 100 reproduções da charge de Aroeira com características específicas de cada artista como forma de protesto em defesa da democracia e em solidariedade ao colega. Tags como #SomosTodosArueiras e #ChargistasContraCensura não pararam de aparecer em posts no Twitter e Facebook.
A censura do governo repercutiu entre artistas, como Chico Buarque, e autoridades, como parlamentares e juristas, que se somaram ao movimento de repúdio à ação autoritária de Bolsonaro e seu governo.
O cartunista Aroeira disse que não é a primeira vez que chargistas são perseguidos, mesmo depois da redemocratização do país. E segundo ele, isto é uma tendência e uma tática dessas instituições de repressão, como tem chamado as instituições ligadas ao governo, “que nos colocam como inimigo do Estado e usam as ferramentas públicas possíveis para nos calar, mas foi um tiro no pé”.
Segundo Aroeira, é bobagem brigar com cartunista, porque é uma categoria teimosa e unida e que na tentativa de calar um, Bolsonaro incentivou a o movimento a se multiplicar independentemente de qual era a intenção.
O cartunista disse que quando ele desenhou a charge não esperava nada disso, nem que ia virar inimigo do Estado e muito menos que ia receber tanta solidariedade dos colegas e de artistas, que foram tão importantes para mantê-lo mais tranquilo com tanto afeto e até ajuda jurídica que têm recebido.
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