Para responder às questões 1 e 2, releia esse fragmento do Ensaio literário e retome o conteúdo estudado nessa aula:
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Camadas
Alice tem ainda muitas camadas de interpretações, inclusive as que dizem respeito à biografia de Carroll. O buraco do coelho, por exemplo, é uma referência à piada particular de Oxford de chamar as escadas na parte de trás do salão principal da Christ Church de “rabbit hole”. Existem interpretações matemáticas também, como por exemplo as multiplicações no capítulo A lagoa de lágrimas:
Deixe-me ver: quatro vezes cinco é doze, e quatro vezes seis é treze, e quatro vezes sete é… ai, ai! deste jeito nunca vou chegar a vinte!
A explicação para isso é que estas multiplicações foram feitas em bases diferentes de 10: 4 x 5 = 12 (escrito em base 12), 4 x 6 = 13 (escrito em base 21), etc. Não, eu também não sei fazer essas contas. Copiei da internet, fala sério.
Por falar nas exatas, Calvin R. Petersen, em Time and stress: Alice in Wonderland, faz um paralelo de Alice com a teoria da relatividade de Einstein. Segundo o autor, Carroll coloca Alice como um pêndulo durante a queda no início do primeiro livro, ao se encontrar com forças opostas de gravidade.
[...]
Fica aqui a lembrança de que tanto Carroll quanto seu pai foram professores de matemática em Oxford. Ou seja, Carroll cresceu neste ambiente.
Assombro
As metáforas de infância, crescimento e amadurecimento são tema recorrente em estórias dessa virada de século. Um pouco depois de Alice, Sir James Matthew Barrie escreveu Peter Pan, também inspirado em uma criança, no menino Peter Llewelyn Davies. Ser fonte de inspiração de um personagem desses não é uma carga leve e assombrou Peter por toda a sua vida [..]
Vladimir I. Propp, em Morfologia do conto maravilhoso, coloca o início da narrativa quando, depois da definição do espaço ou do tempo, necessariamente, um personagem toma conhecimento de algo através de outro e isto liga a função precedente à que vem a seguir. Como, por exemplo, um coelho de colete que mostra onde é uma passagem para o mundo mágico.
Essa coisa de passagem, aliás, é repetida ad nauseam na literatura desde a saída da caverna de Platão até os mais recentes, como o armário em As crônicas de Nárnia. É uma forma de apresentar ao leitor o momento de ruptura entre a “realidade” e a “fantasia” e garantir a possibilidade de retorno ao status quo dessa realidade proposta. Falo em status quo porque o objetivo original desses contos era bastante reacionário e conservador. Não se iluda: os contos maravilhosos (incluindo os de fada) foram criados com o propósito de assustar (na época eles chamavam de “educar”) as crianças para que não se aventurassem fora dos limites estabelecidos. [...] Pode ser difícil de perceber isso hoje em dia por conta das versões açucaradas dessas estórias, criadas pelo Disney, que acabaram se sobrepondo às originais.
[...]
1) A finalidade desse texto é: *
1 ponto
A) narrar e descrever a obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.
B) apresentar uma fundamentação científica, baseada em teorias sobre a obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.
C) discorrer a respeito da obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, segundo a perspectiva de Carolina Vigna.
D) apresentar com rigor científico, provas concretas e deduções científicas a perspectiva de Carolina Vigna sobre a obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.
2) De acordo com este Ensaio Literário “As metáforas de infância, crescimento e amadurecimento são tema recorrente”: *
1 ponto
A) na biografia de Carroll.
B) em contos criados pelo Disney.
C) em estórias dessa virada de século.
D) na teoria da relatividade de Einstein.
Soluções para a tarefa
1) A finalidade desse texto é:
C) discorrer a respeito da obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, segundo a perspectiva de Carolina Vigna.
> O texto é um ensaio literário feito por Carolina Vigna, que procura analisar, de modo subjetivo, a obra "Alice no País das Maravilhas".
Apesar de fazer referência a aspectos da ciência e da matemática, o objetivo não é dar uma fundamentação científica para os fatos "esquisitos" dessa obra.
2) De acordo com este Ensaio Literário “As metáforas de infância, crescimento e amadurecimento são temas recorrentes”
C) em estórias dessa virada de século.
> O trecho do texto que comprova a resposta: "As metáforas de infância, crescimento e amadurecimento são tema recorrente em estórias dessa virada de século."