Português, perguntado por rayssarj2016, 3 meses atrás

Para responder às questões 01, 02 e 03, leia este texto de Manuel Bandeira, poeta que recebeu o título de “São João Batista do Modernismo”, justificado pelo teor do poema a seguir, composto quatro anos antes da Semana de Arte Moderna.

Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
– "Meu pai foi à guerra!"
– "Não foi!" – "Foi!" – "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: – "Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.

O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.

Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.

Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."

Urra o sapo-boi:
– "Meu pai foi rei!" – "Foi!"
– "Não foi!" – "Foi!" – "Não foi!".

Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
“– A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".

Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".

Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
– "Sei!" – "Não sabe!" – "Sabe!".

Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;

Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé
No perau profundo
E solitário, é

Que soluças tu
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira – poesias reunidas. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1970. p. 51.

No poema lido, o eu lírico demonstra antever as ideias dos modernistas, muito antes de 1922. Isso pode ser confirmado em:

(A) “Parnasiano aguado”.
(B) “Reduzi sem danos”.
(C) “Saem da penumbra”.
(D) “Um mal em si cabe”.
(E) “Veste a sombra imensa”.


Tririripa: Letra A "Parnasiano aguado"

Soluções para a tarefa

Respondido por Tririripa
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Resposta:

Letra A "Parnasiano aguado"

Explicação:

O verso faz uma sátira ao movimento Parnasiano, que procedeu o Modernismo.

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