Para os Românticos como se manifestava o individualismo?
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Resposta:
"Em cada país o romantismo produziu uma nova literatura exuberante com imensas variações entre seus autores porém, em todos eles, persistem algumas características em comum: opulência e liberdade, devoção ao individualismo, confiança na bondade da natureza e no homem "natural" e na fé permanente nas fontes ilimitadas do espírito e da imaginação humanos."
- Bradley, Beatty e Long
O romantismo floresceu na Alemanha (Goethe e Schlegel), na França (Madame de Stäel e Chateaubriand) e na Inglaterra (Coleridge e Wordsworth), como resposta aos modelos pretendidos pelos Iluministas, que privilegiavam o racional e o objetivo, em detrimento do emocional e da subjetividade.
Houve, no período, o desenvolvimento da chamada poesia ultra-romântica, dos romances (novels) e dos romances históricos (romances). Tanto a prosa quanto a poesia foram amplamente difundidos no período. Porém, com a ascenção da imprensa e da burguesia comercial, os romances e os periódicos foram ganhando cada vez mais espaço e se popularizaram a ponto de atingir um novo público leitor que até então não tinha acesso à literatura.
Há uma diferença significativa com relação aos padrões poéticos vistos até então no Arcadismo, que se assemelhavam à estrutura camoniana e eram inspirados nas obras greco-romanas. O verso clássico deu espaço ao verso livre, aquele sem métrica e sem entonação, e ao verso branco, sem rima, que possibilitou uma maior liberdade de criação do poeta romântico, agora livre para expressar sua individualidade.
A carroça de feno (1821), de John Constable
Os temas principais da poesia romântica giram em torno do sentimento de nacionalidade surgido a partir novo do contexto histórico e cultural. A nova pátria, com a declaração da independência, manifestava-se através da exaltação da natureza do país, no retorno ao passado histórico e na criação dos heróis nacionais.
A hipervalorização dos sentimentos e das emoções pessoais (angústias, tristezas, paixões, felicidades etc.) também é característica do movimento, que pressupunha uma olhada para o interior do artista e de suas emoções, em detrimento do racional e do objetivo iluminista. Esse sentimentalismo exagerado está refletido nos enredos que, em sua maoria, consistem em histórias de amor ou, quando este não é o mote principal, em histórias em que o amor e a paixão prevalecem.
A individualidade como refúgio proporciona também a evasão para mundos distantes como forma de escapar a sua realidade. Essa característica está associada, principalmente, aos autores da chamada Geração Mal-do-Século - autores acometidos pela tuberculose (a doença considerada o mal do século XIX) - que almejavam uma vida de prazeres em países e territórios distantes para escapar à dor e à morte.
O culto à natureza ganha traços diferenciados no romantismo pois, a partir de agora, passa a funcionar não apenas como pano de fundo para as histórias mas também, passa a exercer profundo fascínio pelos artistas. Além disso, a natureza passa a entrar em contato com o eu romântico, refletindo seus estados de espírito e sentimentos.
Nos romances góticos, surgidos no final do século XVII e desenvolvidos durante o século XIX, a natureza tem um papel muitas vezes hostil e ameaçador na trama, responsável por momentos de tensão. Com o passar do tempo, essa natureza transformou-se em um clichê para histórias de terror na forma de cenários assustadores: noite, névoa, pântanos, neve, árvores retorcidas etc.
Conceitos importantes
a) Subjetivismo e Individualismo - glorificação do que é particular e íntimo, dos sentimentos. Segundo o professor Sergius Gonzaga, em seu livro Manual de Literatura Brasileira (Mercado Aberto, 1989):
Com frequência, o destino da grandeza individual é a "maldição", ou seja, distanciamento pessoal da vida em sociedade, através da solidão voluntária, da orgia, da ofensa aos valores comuns, da recusa em aceitar os princípios da comunidade. Isto ocorre em um segundo momento, quando os artistas se dão conta da impossibilidade de uma nova experiência napoleônica e da mediocridade da burguesia pós-revolucionária, voltada apenas para a acumulação de capital.
b) Patriarcalismo - o século XIX também é conhecido por refletir em sua literatura canônica uma sociedade conservadora e patriarcalista. Neste modelo, a família (homem, mulher e filhos) é o núcleo da sociedade burguesa, cujo poder está centrado na figura do pai. Os enredo giram basicamente em torno dela, de suas relações, seus costumes e seus desejos.
Embora no Brasil o modelo de sociedade patriarcal sempre esteve presente desde o início da colonização, no Romantismo que uma explicitação desse modelo, pois ele fazia parte do projeto nacional presente no século XIX, isto é, aparecia na literatura como reflexo da ideologia dominante e para estabelecer os costumes esperados na sociedade e destinados principalmente às mulheres
eu acho q ficou meio grande, mas é isso :D