Para os romanos, os ritos fúnebres também possuíam alguma relação com a economia? Que relação seria essa?
Soluções para a tarefa
Na Antiguidade Grega e Romana, os ritos fúnebres apareciam como um
momento privilegiado no qual a família e a própria cidade ostentavam sua glória,
riqueza ou, num sentido inverso, exprimiam sua inquietação e fragilidade. Provida de
reconhecimento social, a „teatralização‟ cujo protagonista era o morto marcava no
imaginário antigo o encerramento de um „ciclo vital‟, assinalado por etapas de transição
tais como a puberdade, o ingresso na vida pública e o casamento (FLORENZANO,
1996). Os atos da peça se sucediam numa divisão mais ou menos clara: a exposição do
cadáver, o elogio da memória, a deposição na tumba, a cremação ou inumação e por fim
o culto após a morte. Se podemos conceber a morte enquanto fator desagregador, que
força a resistência das amarras sociais, por outro lado, pensando na criteriosa
organização que os funerais aparentavam na Antiguidade, podemos compreendê-los
como expressão ou encenação autorizada do desespero de onde o próprio sentido de
continuidade saía renovado.
Para Toynbee (1996), dois princípios básicos perpassam a compreensão e
ritualística funerária na República Tardia e Início do Principado: primeiramente a morte
traz polução e exige distanciamento e purificação. Com a exceção dos Imperadores
divinizados e de alguns triunfadores contemplados com as honras públicas, a tradição
proibia o sepultamento no âmbito da urbs, mais especificamente no pomerium.
1 Outra
noção é que deixar o corpo insepulto podia resultar em conseqüências nefastas para a
alma do falecido.