para o papa Francisco,oque significa viver hedonisticamente?
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Resposta: No primeiro domingo deste ano, Papa Francisco fez um apelo a cada um de nós, em meio à pandemia da Covid-19, para que evitemos “a tentação […] de viver hedonisticamente”. O termo ‘hedonismo’ não é novo e já foi até questão da prova de Linguagens no Enem 2019.
Na literatura universal, uma das personalidades mais representativas do hedonismo foi o escritor francês Marquês de Sade, que o elevou ao mais alto grau. Também autores brasileiros retrataram personagens hedonistas em suas obras, como Jorge Amado, Clarice Lispector, Guimarães Rosa e outros representantes do movimento cultural modernista. Na teoria moral e até mesmo no marketing, o hedonismo ganha destaque em estudos relevantes ao longo dos tempos.
Mas o que é hedonismo?
Hedonismo originalmente foi uma doutrina criada pelo filósofo grego Aristipo de Cirene, pela qual o prazer seria o único propósito da vida, o princípio e o fim para se alcançar a felicidade. Etimologicamente, o termo provém da mitologia grega: Hedonê, filha de Eros e Psiquê, era a deusa do prazer, a personificação do desejo.
Basicamente, o hedonismo é a busca pelo prazer individual e a negação da dor a qualquer custo, prevalecendo sobre o bem comum, sobre a coletividade. Pode ser entendido como a satisfação individual dos impulsos associada a uma ideia de qualidade de vida que desconsidera princípios éticos.
Classificada como substantivo, a palavra hedonismo (e suas derivações) é talvez pouco conhecida para a maioria de nós, mas nomeia um modo de viver bastante difundido especialmente nas redes sociais. Obviamente, existem vários desdobramentos interessantes que podem e merecem ser aprofundados por quem tem interesse no assunto. Mas a intenção aqui é somente trazer à luz essa expressão cheia de significado para tentar descrever certas atitudes nestes tempos sombrios em que vivemos.
Ao falar sobre a tentação de viver hedonisticamente, o Papa relatou um fato que exemplifica: “Li nos jornais que em um país, para fugir do lockdown e ter boas férias, mais de 40 aviões saíram naquela tarde. Mas essas pessoas, que são ‘boas pessoas’, não pensaram naquelas que ficaram em casa, nos problemas econômicos, nos doentes. Apenas, em tirar férias e dar prazer a si mesmas. Isso me entristeceu muito”.
A vida e a morte não são questões hedonistas, de foro íntimo, privadas; mas têm dimensões interpessoais, de relacionamento. O filósofo grego Epicuro sintetiza: “Contra todo o resto, consegue-se garantir segurança. Mas, diante da morte, habitamos todos uma cidade sem muros”. Ou seja, estamos todos no mesmo barco, hedonistas ou não. A diferença é que, em tempos de coronavírus, uma pessoa hedonista pode levar outra à morte. Simples assim. E você, também cedeu à tentação de viver hedonisticamente?