Geografia, perguntado por Usuário anônimo, 10 meses atrás

Para o conhecimento popular, a temperatura da Terra está aumentando, mas no campo científico há controvérsias. Explique​

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Respondido por karenitcordeiro
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Resposta:

Explicação:

A quantidade de vapor d’água na atmosfera está fortemente relacionada com a quantidade dos outros gases-estufa na atmosfera. Isso quer dizer que, conforme o professor Thomas Mote explica, “é verdade que o vapor d'água causa grande parte do efeito estufa e não conseguimos controlar a emissão desse vapor diretamente. Mas as emissões antropogênicas não só aumentam por si mesmas a temperatura média como criam um feedback positivo, isto é, contribuem para aumentar também a quantidade de vapor d’água na atmosfera, por provocar mais evaporação da água”.

No caso do CO2, especificamente, o climatologista Francisco Aquino afirma que esse gás-estufa tem o agravante de permanecer por décadas na atmosfera - o que não ocorre com o vapor d´água. Assim, o CO2 tem um efeito duradouro e, portanto, cumulativo sobreO aumento de evaporação d´água causada pelas emissões antropogênicas explica porque, mesmo sendo estas um fator secundário na formação do efeito estufa, ainda são responsáveis pela maior parte do aquecimento global verificado no último século.

Os céticos acusam o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima) de fornecer dados não confiáveis, pois o IPCC esconderia seus interesses políticos e econômicos, como o de frear o desenvolvimento dos países mais pobres. Há fundamento nesse argumento?

Francisco Aquino afirma que essa acusação é equivocada. “Todos os dados do IPCC foram e são gerados por inúmeras fontes oficias e por centros de pesquisa renomados. Além de verificados e submetidos ao parecer de especialistas independentes. Na verdade, o que existe é, isto sim, uma articulação política e econômica que busca criar falsas interpretações para que não adotemos políticas econômicas e ambientais mais eficientes”.

Para Denilson Viana ainda há uma série de limitações a respeito do conhecimento do comportamento da atmosfera e dos oceanos, por isso os dados do IPCC devem ser olhados com cuidado.

Sobre a questão dos países em desenvolvimento, Aquino complementa que esses não são os responsáveis pela atual aumento de temperatura, “mas sim os países que se industrializaram primeiro, há décadas, como por exemplo, EUA e Inglaterra”. Ao longo desse tempo, esses países se tornaram os principais responsáveis pelo acúmulo do CO2 e outros gases do efeito estufa na atmosfera.

Será que o aquecimento global é mesmo promovido pelos seres humanos? Ele não pode ser resultado de causas naturais, como a atividade solar?

Cerca de 97% dos cientistas afirmam que o aquecimento global é causado por atividades humanas. Aliás, variantes dessa hipótese já foram levantadas por pensadores pioneiros nos anos de 1890, como o químico sueco Svante Arrhenius. Eles já imaginavam que o uso de combustíveis fósseis pudesse esquentar o planeta. No entanto, à época, os dados que apresentaram foram desmentidos por outros cientistas.

Foi a partir de 1958 que se iniciaram as medições precisas da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera. O acompanhamento desses dados indicou que o aumento da quantidade de gases de efeito estufa, emitidos pelas atividades humanas, pode tornar o clima mais quente.

O climatologista Francisco Aquino explica que “o atual aquecimento é muito diferente dos períodos quentes da história climática recente da Terra (últimos 1000 anos) e é explicado adequadamente quando incluímos a influência das atividades humanas, como o desmatamento e a queima de combustível fóssil”. Ele ainda acrescenta que, se considerarmos as causas naturais que modificam o clima, a tendência da temperatura média da Terra deveria ser de queda. Principalmente, ao analisar o comportamento da atividade solar e parâmetros como inclinação, orientação do eixo e forma da órbita da Terra.

Ainda sobre a questão da atividade solar, o professor Thomas Mote cita que as recentes mudanças na atividade solar não explicam o aquecimento climático. “O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima traz dados mostrando que a atividade solar tem uma influência de apenas 20% sobre o aquecimento global nos últimos 250 anos”, diz.

Denilson Viana faz uma ponderação: “não é possível atribuir uma única causa às alterações do clima que o planeta vem experimentando nas últimas décadas. Isso porque o micro influencia o macro. Logo, pequenas perturbações nas camadas próximas à superfície podem alterar a circulação atmosférica em grande escala”. Para o pesquisador, o homem tem sua parcela de responsabilidade pelas alterações observadas, no entanto, não há como separar os efeitos antrópicos das causas naturais.

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