Para nós, do Recife, essa “Semana de Arte Moderna” não existiu, simplesmente porque, chegando da Europa, Gilberto
Freyre nos advertia da fraqueza e do postiço do movimento. Eu mesmo, num jornal político que dirigia com Osório
Borba, me pus no lado oposto, [...] por verificar na agitação modernista uma velharia, um desfrute, que o gênio de
Oswald de Andrade inventara para divertir os seus ócios de milionário.
[...]
O movimento literário que se irradia do Nordeste muito pouco teria que ver com o Modernismo do Sul. Nem mesmo em
relação à língua. A língua de Mário de Andrade em Macunaíma nos pareceu tão arrevesada quanto à dos sonetos de
Alberto de Oliveira. A língua que Mário de Andrade quis introduzir com o seu livro é uma língua de fabricação; mais um
arranjo de filólogo erudito do que um instrumento de comunicação oral ou escrito. O livro de Mário de Andrade só foi
bem entendido por estetas, por eruditos, e o seu herói é tão pouco humano e tão artificial quanto o boníssimo Peri, de
Alencar. [...] Macunaíma é um Peri que se serviu de ruindade natural, em vez de bondade natural. Esse livro de Mário
de Andrade é um repositório de folclore. O livro mais cerebral que já se escreveu entre nós.
REGO, J. L. Dias idos e vividos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
O texto de José Lins do Rego manifesta algumas críticas dos escritores da segunda fase do Modernismo brasileiro em
relação às propostas artísticas do grupo de 1922. Essa postura crítica, nas obras literárias da geração de 1930,
adquiriu forma através de
A. revalorização das influências artísticas europeias, rejeitada pelo grupo dos anos 1920, ilustrada na composição
épica de O tempo e o vento.
B. maior exploração dos temas urbanos e cotidianos, desenvolvidos em crônicas e peças de teatro, gêneros
ignorados no período anterior.
C. experiências linguísticas que submeteram o vocabulário regionalista a uma reinvenção vocabular única em cada
obra, como foi desenvolvido em Grande sertão: veredas.
D. estruturação estilística menos radical das obras, de maneira que o acesso à literatura se democratizou e um
público leitor mais amplo ficou apto a discutir os problemas sociais representados nos textos.
E. resgate do apuro formal que caracterizou a literatura do século XIX, assumida, então, como o padrão de elegância
e correção linguística a ser atingido pelos novos escritores.
Soluções para a tarefa
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117
C. experiências linguísticas que submeteram o vocabulário regionalista a uma reinvenção vocabular única em cada
obra, como foi desenvolvido em Grande sertão: veredas.
Pois essa fase buscava principalmente tratar a realidade e aspectos brasileiros, como nas obras os sertões, vidas secas, o quinze.
obra, como foi desenvolvido em Grande sertão: veredas.
Pois essa fase buscava principalmente tratar a realidade e aspectos brasileiros, como nas obras os sertões, vidas secas, o quinze.
Isabela1822:
Você sabe por que não poderia ser a letra D ?
Respondido por
15
Resposta: LETRA ,C
Explicação:
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