ENEM, perguntado por Isabela1822, 1 ano atrás

Para nós, do Recife, essa “Semana de Arte Moderna” não existiu, simplesmente porque, chegando da Europa, Gilberto
Freyre  nos  advertia  da  fraqueza  e  do  postiço  do  movimento.  Eu  mesmo,  num  jornal  político  que  dirigia  com  Osório
Borba,  me  pus  no  lado  oposto,  [...]  por  verificar  na  agitação  modernista  uma  velharia,  um  desfrute,  que  o  gênio  de
Oswald de Andrade inventara para divertir os seus ócios de milionário.
[...]
O movimento literário que se irradia do Nordeste muito pouco teria que ver com o Modernismo do Sul. Nem mesmo em
relação à língua. A língua de Mário de Andrade em Macunaíma nos pareceu tão arrevesada quanto à dos sonetos de
Alberto de Oliveira. A língua que Mário de Andrade quis introduzir com o seu livro é uma língua de fabricação; mais um
arranjo de filólogo erudito do que um instrumento de  comunicação oral ou escrito. O livro de Mário de Andrade  só foi
bem entendido por estetas, por eruditos, e o seu herói é tão pouco humano e tão artificial quanto o boníssimo Peri, de
Alencar. [...] Macunaíma é um Peri que se serviu de ruindade natural, em vez de bondade natural. Esse livro de Mário
de Andrade é um repositório de folclore. O livro mais cerebral que já se escreveu entre nós.
REGO, J. L. Dias idos e vividos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
O texto de José Lins do Rego manifesta algumas críticas dos escritores da segunda fase do Modernismo brasileiro em
relação  às  propostas  artísticas  do  grupo  de  1922.  Essa  postura  crítica,  nas  obras  literárias  da  geração  de  1930,
adquiriu forma através de
A. revalorização  das  influências  artísticas  europeias,  rejeitada  pelo  grupo  dos  anos  1920,  ilustrada  na  composição
épica de O tempo e o vento.
B. maior  exploração  dos  temas  urbanos  e  cotidianos,  desenvolvidos  em  crônicas  e  peças  de  teatro,  gêneros
ignorados no período anterior.
C. experiências  linguísticas  que  submeteram  o  vocabulário  regionalista  a  uma  reinvenção  vocabular  única  em  cada
obra, como foi desenvolvido em Grande sertão: veredas.
D. estruturação  estilística  menos  radical  das  obras,  de  maneira  que  o  acesso  à  literatura  se  democratizou  e  um
público leitor mais amplo ficou apto a discutir os problemas sociais representados nos textos.
E. resgate do apuro formal que caracterizou a literatura do século XIX, assumida, então, como o padrão de elegância
e correção linguística a ser atingido pelos novos escritores.

Soluções para a tarefa

Respondido por gioferreira18
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C. experiências linguísticas que submeteram o vocabulário regionalista a uma reinvenção vocabular única em cada
obra, como foi desenvolvido em Grande sertão: veredas.
Pois essa fase buscava principalmente tratar a realidade e aspectos brasileiros, como nas obras os sertões, vidas secas, o quinze. 

Isabela1822: Você sabe por que não poderia ser a letra D ?
gioferreira18: Porque nessa epoca a Europa estava passando pela crise de 29 e logo teria a eclosão da segunda guerra mundial, onde deixou ela com uma imagem ruim para os países que não foram tão afetados pela crise como o Brasil. Então o Brasil que antes se espelhava nos modelos europeus, agora queria buscar a sua originalidade artistica nacional, dai surgiu a semana de arte moderna. Logo não poderia ser a D porque ela diz sobre o resgate dos modelos europeus, e não foi isso que ocorreu.
Respondido por rubemribeiro2020
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Resposta: LETRA ,C

Explicação:

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