Para Freud, por que o se humano não pode ser feliz?
Soluções para a tarefa
Respondido por
2
Sigmund Freud afirma que o homem anseia pela felicidade e que esta advém da satisfação de prazeres. As coisas que nos fazem bem provêm da satisfação (de preferência repentina) de necessidades represadas em alto grau. Ganhar na mega-sena será diferente que para um endividado ou um milionário. O enfermo anseia por algo que uma pessoa saudável nem pensa.
Ser feliz é um impositivo do princípio do prazer que trazemos desde a origem e para o "pai" da psicanálise, isso não pode ser plenamente realizado. Mas nem por isso devemos [ou podemos] deixar de empreender esforços para isso.
Uma situação de júbilo, inicialmente intenso (como numa árdua conquista amorosa) pode até se prolongar, mas, após certo tempo, ela produz somente um sentimento de contentamento. O prazer proporcionado por tantos bens de consumo se esvai tão logo o adquirimos: "Somos feitos de modo à só podermos derivar prazer intenso de um contraste, e muito pouco de um determinado estado de coisas". São diversos os meios para alcançarmos a felicidade, mas é ainda mais fácil experimentarmos a infelicidade.
Significativas fontes de sofrimento são: a) a decrepitude e certeza da mortalidade; b) ameaças do mundo externo, cuja destruição, seja fruto do poder da natureza ou da violência de nossos semelhantes nos assombram e, c) a tarefa de nos relacionarmos, no seio da família, em sociedade e no Estado.
Em relação às duas primeiras fontes de angústia, só nos resta submetermo-nos ao inevitável: "Nunca dominaremos completamente a natureza, e o nosso organismo corporal, ele mesmo parte dessa natureza, permanecerá sempre como uma estrutura passageira, com limitada capacidade de adaptação e realização". Conviver pode ser complicado e nisso talvez consista a maior fonte de desgosto (artigo na CF, "Sartre - O inferno são os outros").
Não é de admirar que os homens tenham se acostumado a moderar suas reivindicações de felicidade: "Na verdade, o próprio princípio do prazer, sob a influência do mundo externo, se transformou no mais modesto princípio de realidade". Um indivíduo pode pensar ser feliz, simplesmente porque sobreviveu ao pior.
Há resignados que, habituados à luta de evitar ainda mais sofrimentos, não priorizam obtenção do prazer. (Mal) disfarçadamente, se comprazem ao relatar um caso de pandemia, falência, da queda de um avião e proferem de cor a máxima: "antes pobre com saúde...".
Evita-se sofrimento mantendo distância das pessoas. Mas a felicidade passível de ser alcançada assim é apenas a da quietude. Freud a considera mais plausível: "tornar-se membro da comunidade humana e, com o auxílio de uma técnica orientada pela ciência [entenda-se, trabalho], passar para o ataque à natureza e sujeitá-la à vontade humana". Eis a razão pela qual a civilização tanto dignifica o trabalho: estamos com todos, para o bem de todos.
Considerando que o sofrimento é sensação e ele só existe na medida em que o sentimos, o estudioso da psyché (alma) verifica como o uso de drogas pode constituir um "amortecedor de preocupações". É justamente por deter qualidades tão apreciáveis que o uso desmedido de psicotrópicos é perigoso e capaz de causar grandes danos à humanidade, pois desperdiçam de energia que poderia ser "empregada para o aperfeiçoamento do destino humano" (confira o vídeo em meu blog).
Eficazes no combate à contrariedade da satisfação dos instintos estão os "agentes psíquicos superiores, que se sujeitaram ao princípio da realidade". Dessa forma, o ego, através da sublimação, sujeita os desejos irrefreáveis, doma os instintos mais selvagens, a agressividade e a tendência à barbárie. Esses "agentes psíquicos superiores", ordenadores, são as leis, os direitos e deveres, o respeito à ordem e a consideração aos nossos semelhantes.
Trabalhar faz bem: "a alegria do artista em criar ou a do cientista em solucionar problemas ou descobrir verdades, possui uma qualidade especial". Para Freud: "Obtém-se o máximo [de felicidade] quando se consegue intensificar suficientemente a produção de prazer a partir das fontes do trabalho psíquico e intelectual", que considera "mais refinadas e mais alta
Ser feliz é um impositivo do princípio do prazer que trazemos desde a origem e para o "pai" da psicanálise, isso não pode ser plenamente realizado. Mas nem por isso devemos [ou podemos] deixar de empreender esforços para isso.
Uma situação de júbilo, inicialmente intenso (como numa árdua conquista amorosa) pode até se prolongar, mas, após certo tempo, ela produz somente um sentimento de contentamento. O prazer proporcionado por tantos bens de consumo se esvai tão logo o adquirimos: "Somos feitos de modo à só podermos derivar prazer intenso de um contraste, e muito pouco de um determinado estado de coisas". São diversos os meios para alcançarmos a felicidade, mas é ainda mais fácil experimentarmos a infelicidade.
Significativas fontes de sofrimento são: a) a decrepitude e certeza da mortalidade; b) ameaças do mundo externo, cuja destruição, seja fruto do poder da natureza ou da violência de nossos semelhantes nos assombram e, c) a tarefa de nos relacionarmos, no seio da família, em sociedade e no Estado.
Em relação às duas primeiras fontes de angústia, só nos resta submetermo-nos ao inevitável: "Nunca dominaremos completamente a natureza, e o nosso organismo corporal, ele mesmo parte dessa natureza, permanecerá sempre como uma estrutura passageira, com limitada capacidade de adaptação e realização". Conviver pode ser complicado e nisso talvez consista a maior fonte de desgosto (artigo na CF, "Sartre - O inferno são os outros").
Não é de admirar que os homens tenham se acostumado a moderar suas reivindicações de felicidade: "Na verdade, o próprio princípio do prazer, sob a influência do mundo externo, se transformou no mais modesto princípio de realidade". Um indivíduo pode pensar ser feliz, simplesmente porque sobreviveu ao pior.
Há resignados que, habituados à luta de evitar ainda mais sofrimentos, não priorizam obtenção do prazer. (Mal) disfarçadamente, se comprazem ao relatar um caso de pandemia, falência, da queda de um avião e proferem de cor a máxima: "antes pobre com saúde...".
Evita-se sofrimento mantendo distância das pessoas. Mas a felicidade passível de ser alcançada assim é apenas a da quietude. Freud a considera mais plausível: "tornar-se membro da comunidade humana e, com o auxílio de uma técnica orientada pela ciência [entenda-se, trabalho], passar para o ataque à natureza e sujeitá-la à vontade humana". Eis a razão pela qual a civilização tanto dignifica o trabalho: estamos com todos, para o bem de todos.
Considerando que o sofrimento é sensação e ele só existe na medida em que o sentimos, o estudioso da psyché (alma) verifica como o uso de drogas pode constituir um "amortecedor de preocupações". É justamente por deter qualidades tão apreciáveis que o uso desmedido de psicotrópicos é perigoso e capaz de causar grandes danos à humanidade, pois desperdiçam de energia que poderia ser "empregada para o aperfeiçoamento do destino humano" (confira o vídeo em meu blog).
Eficazes no combate à contrariedade da satisfação dos instintos estão os "agentes psíquicos superiores, que se sujeitaram ao princípio da realidade". Dessa forma, o ego, através da sublimação, sujeita os desejos irrefreáveis, doma os instintos mais selvagens, a agressividade e a tendência à barbárie. Esses "agentes psíquicos superiores", ordenadores, são as leis, os direitos e deveres, o respeito à ordem e a consideração aos nossos semelhantes.
Trabalhar faz bem: "a alegria do artista em criar ou a do cientista em solucionar problemas ou descobrir verdades, possui uma qualidade especial". Para Freud: "Obtém-se o máximo [de felicidade] quando se consegue intensificar suficientemente a produção de prazer a partir das fontes do trabalho psíquico e intelectual", que considera "mais refinadas e mais alta
mariasouzagatip4gopc:
Obgda, pela sua ajudar!
Perguntas interessantes
Sociologia,
9 meses atrás
Inglês,
9 meses atrás
Português,
9 meses atrás
Matemática,
1 ano atrás
Filosofia,
1 ano atrás
Direito,
1 ano atrás