Para começar: Gênesis Quem não gosta de esperar não pode ser fotógrafo. Em 2004 cheguei à ilha Isabela, em Galápagos, aos pés de um belíssimo vulcão chamado Alcedo. Deparei-me com uma tartaruga gigante, enorme, de no mínimo duzentos quilos, da espécie que deu nome ao arquipélago. Cada vez que me aproximava, a tartaruga se afastava. Ela não era rápida, mas eu não conseguia fotografá-la. Então refleti e pensei comigo mesmo: quando fotografo seres humanos, nunca chego de surpresa ou incógnito a um grupo, sempre me apresento. Depois me dirijo às pessoas, explico, converso e, aos poucos, nos conhecemos. Percebi que, da mesma forma, o único meio de conseguir fotografar aquela tartaruga seria conhecendo-a; eu precisava me adaptar a ela. Então me fiz tartaruga: fiquei agachado e comecei a caminhar na mesma altura que ela, com palmas e joelhos no chão. A tartaruga parou de fugir. E quando se deteve, fiz um movimento para trás. Ela avançou na minha direção, eu recuei. Esperei um momento e depois me aproximei, um pouco, devagar. A tartaruga deu mais um passo na minha direção e, imediatamente, dei mais alguns para trás. Então ela veio até mim e se deixou observar tranquilamente. Foi quando pude começar a fotografá-la. Levei um dia inteiro para me aproximar dessa tartaruga. Um dia inteiro para fazê-la compreender que eu respeitava seu território. Produzi algumas histórias fotográficas ao longo de minha vida, sobre a nossa época e as transformações de nosso mundo. Sempre levei vários anos para concluí-las. Muitos dizem que os fotógrafos são caçadores de imagens. É verdade, somos como os caçadores que passam muito tempo à espreita da caça, esperando que ela decida sair de seu esconderijo. Fotografar é a mesma coisa: é preciso ter paciência para esperar o que vai acontecer. Pois algo vai acontecer, necessariamente. Na maioria dos casos, não há como acelerar os fatos. É preciso descobrir o prazer da paciência. SALGADO, Sebastião e FRANCQ, Isabelle. Da minha terra à Terra. Trad. Julia da Rosa Simões. São Paulo: Paralela, 2014, p. 9. TEXTO 2 Pela primeira vez, Sebastião Salgado, um dos mais importantes fotógrafos do mundo, deixa de lado as imagens para investigar, com palavras, as raízes de sua história. Sebastião Salgado é conhecido no mundo todo por suas fotos em preto e branco. Depois de retratar trabalhadores e refugiados com profunda dignidade, o fotógrafo voltou ao centro da cena fotográfica em 2013, com o Projeto “Gênesis”. Quarta capa de Da minha terra à Terra. São Paulo: Paralela, 2014. Releia os textos 1 e 2 e responda: a) O texto 2 afirma que Sebastião Salgado retratava “trabalhadores e refugiados com profunda dignidade”. Que passagem do texto 1 exemplifica essa afirmação da quarta capa? Explique. b) Escolha no segundo parágrafo uma frase que traduz o tema do texto, ou, em outras palavras, o ensinamento que Sebastião Salgado quer dar aos fotógrafos.
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a) A passagem do texto 1 que exemplifica a afirmação da quarta capa é o relato de como o fotógrafo tratou a tartaruga. Salgado explica que, para vencer a timidez do animal e impedir que ela se afastasse, ele se comportou do mesmo modo como agia com pessoas ao fotografá-las: com respeito, buscando estabelecer um contato amigável e um conhecimento mútuo. Para fotografar a tartaruga ele se abaixou, colocando-se na mesma altura e na mesma posição horizontal que ela.
b) Respostas possíveis: “é preciso ter paciência para esperar o que vai acontecer”; “É preciso descobrir o prazer da paciência”.
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espero ter ajudado :)
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Resposta:a) A passagem do texto 1 que exemplifica a afirmação da quarta capa é o relato de como o fotógrafo tratou a tartaruga. Salgado explica que, para vencer a timidez do animal e impedir que ela se afastasse, ele se comportou do mesmo modo como agia com pessoas ao fotografá-las: com respeito, buscando estabelecer um contato amigável e um conhecimento mútuo. Para fotografar a tartaruga ele se abaixou, colocando-se na mesma altura e na mesma posição horizontal que ela.
b) Respostas possíveis: “é preciso ter paciência para esperar o que vai acontecer”; “É preciso descobrir o prazer da paciência”.
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