PALHAÇO
Grande voz
Auto da Compadecida! O julgamento de alguns ca-
nalhas, entre os quais um sacristão, um padre e um
bispo, para exercício da moralidade.
Toque de clarim
PALHAÇO
A intervenção de Nossa Senhora no momento propí-
cio, para triunfo da misericórdia. Auto da Compadecida!
Toque de clarim
A COMPADECIDA
A mulher que vai desempenhar o papel desta excel-
sa Senhora declara-se indigna de tão alto mister.
Toque de clarim
PALHAÇO
Ao escrever esta peça, onde combate o mundanis-
mo, praga de sua igreja, o autor quis ser representado
por um palhaço, para indicar que sabe, mais do que
ninguém, que sua alma é um velho catre, cheio de in-
sensatez e de solércia. Ele não tinha o direito de tocar
nesse tema, mas ousou fazê-lo, baseado no espírito
popular de sua gente, porque acredita que esse povo
sofre e tem direito a certas intimidades.
Ariano Suassuna. Auto da Compadecida. 35 ed. São Paulo: Agir, 2005.
Tendo em vista as falas do Palhaço e sua função na
peça teatral de Ariano Suassuna, assinale a alternativa
que contrasta corretamente Auto da Compadecida com
as peças do teatro de Gil Vicente.
a O Palhaço representa as intenções do autor; tal
figura é conhecida por raisonneur e é relativamen-
te comum nos teatros populares. No teatro de Gil
Vicente, essa figura aparece em personagens como
o Diabo e o Anjo, no Auto da Barca do Inferno, e
Todo Mundo e Ninguém, no Auto da Lusitânia.
B Diferentemente do auto de Suassuna, não havia
no teatro popular de Gil Vicente uma personagem
que conversava diretamente com a plateia e muito
menos que explicava as intenções daquela peça.
c Assim como na peça de Suassuna, as peças de
Gil Vicente têm uma intenção moralizadora, sem-
pre explicitada por uma personagem que assume
a voz do autor da peça, como acontece em Auto da
Compadecida.
D As peças de Suassuna e Gil Vicente têm pouco con-
tato entre si. Uma das divergências é que o teatro
de Gil Vicente não possuía fontes populares nem
falava diretamente ao povo, pois era um teatro fei-
to para a elite da época; já o teatro de Suassuna é
direcionado para o povo e bebe nas fontes deste.
e Tanto Gil Vicente quanto Suassuna fazem um
teatro com personagens-tipo. O tipo do Palhaço é
análogo ao da personagem Inês Pereira, de Farsa
de Inês Pereira, pois é essa personagem que dei-
xa claras as intenções morais da peça e qual é o
seu mote: “Mais vale asno que me carregue que
cavalo que me derrube”.
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B- Diferentemente do auto de Suassuna, não havia
no teatro popular de Gil Vicente uma personagem
que conversava diretamente com a plateia e muito
menos que explicava as intenções daquela peça.
no teatro popular de Gil Vicente uma personagem
que conversava diretamente com a plateia e muito
menos que explicava as intenções daquela peça.
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