Países binacionais (como Bélgica e Canadá) necessitam de alguma força de coesão simbólica que
sobrepuje a contingência de haver alófonos dentro de um mesmo território geográfico, desenhado por
marcos miliários. Na Bélgica, a Valônia (francófona) e Flandres (flamenga) só não se separaram ainda
porque Bruxelas, francófona, está encravada em Flandres, flamenga. Em muitos desses países
binacionais, curiosamente, o apelo (desesperado?) à instituição monárquica parece um anódino à questão:
o Canadá quis a adesão ao reino Windsor de Elizabeth II; a Bélgica venera a casa de Saxe-Coburgo-Gota;
a Espanha teve de ressuscitar, das cinzas, os Bourbon.
Línguas profetizaram nações: o fiorentino de Dante, Petrarca e Bocaccio unificou o que muitos séculos
depois deixaria de constituir “estados papais” para formar a Itália; Lutero entronizou o alemão (de sua
tradução do grego e do latim) como a língua que poria em união os condados, ducados e principados
esparsos da Prússia no futuro Império Alemão; Camões assinou o contrato final da união portuguesa, que
talvez não tivesse ocorrido, a despeito de uma língua medianamente unificada já em 1296; Shakespeare,
como nos ensina Edward Burns, fez mais pelo Reino Unido do que Henrique VII, Henrique VIII, Elizabeth I
e outros membros da dinastia Tudor.
Daí o “minha pátria é a língua portuguesa”, de Fernando Pessoa, e o “eu não tenho pátria, tenho mátria.
E quero frátria”, de Caetano Veloso, que, sem remeter diretamente à língua, usa-a para mostrar do que se
apossou para agregar-se ao sentido de nação: a língua e seus meios de produção expressivos.
Todo bom observador do jogo engendrado no sistema internacional deve, cautelosamente, envidar
especial atenção aos idiomas, que generais e diplomatas jamais desconsideraram em suas negociações.
O texto acima afirma, no final, que “generais e diplomatas jamais desconsideraram em suas negociações”
os idiomas. Pode-se inferir que essa preocupação linguística estaria vinculada ao fato de que
A) são imperceptíveis os entraves nos países em que se falam línguas diversas.
B) as línguas constituem expressivos elementos garantidores do espírito da nacionalidade
C) monarquias, em países bilíngues, servem para acentuar divergências linguísticas.
D) o sentimento nacional fica amortecido pela ação dos grandes escritores nacionais.
E) o espírito nacional sempre se fez anteceder por obras literárias de caráter universal.
Soluções para a tarefa
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No texto, podemos conferir que a preocupação com a linguística está associada a afirmação da LETRA B.
Vemos no primeiro parágrafo, que os diplomatas encaram o idioma como uma questão simbólica, muito vinculada ao nacionalismo. A língua para os mesmos é algo que traz uma unidade simbólica para o povo, por meio da qual as pessoas de mesma nacionalidade conseguem se identificar.
Logo, a alternativa que se encaixa perfeitamente a visão dos diplomatas é a letra B. Onde vemos que é mencionado o fato da língua garantir a nacionalidade dos cidadãos.
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Resposta:
Explicação:
Olá, tudo bem?
A resposta correta é a letra b: as línguas constituem expressivos elementos garantidores do espírito da nacionalidade.
Sucesso nos estudos!!!
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