Ed. Moral, perguntado por Eduardamellosilva, 1 ano atrás

pai ou mãe ?
qual mais compreensível

Soluções para a tarefa

Respondido por danielly109
1


O sentimento de amparo, cuidado e proteção aos filhos não é qualidade que se aprende. Constitui elemento essencial em nossa bagagem genética. Sem essa ação, nenhum animal conseguiria chegar à idade adulta e se perpetuar e a espécie humana não poderia sair das cavernas e ingressar no mundo da computação. A preocupação com filhos tem origem biológica e historicamente assumiram feições modernas no final do século XVIII, logo após a Primeira Revolução Industrial na Europa, quando meninos e meninas pertencentes aos extratos sociais mais baixos deixaram de serem vistos como adultos pequenos e, portanto, vítimas de trabalhos pesados e repetitivos.

O avanço da tecnologia, a necessidade de formar artesões e operários qualificados para manusear máquinas e atender padrões de qualidade cada vez mais exigentes, levou crianças e jovens agora a serem vistos como seres adestráveis para servir de mão de obra aos novos tempos. Foi quando começaram aparecer conceitos de “infância” e “adolescência” e que, mais tarde, ganharam novas linhas com avanços da pediatria, psicologia e pedagogia. O aparecimento dessa nova mentalidade criou estruturas de proteção da infância e da juventude tanto do ponto de vista familiar como jurídico e pais e mães passaram a serem agentes protetores conscientes da saúde e da educação dos filhos. O amor maternal e paternal, tão exaltado nos dias de agora, é fruto econômico de uma mudança de mentalidade social.

As razões biológicas e históricas desse sentimento, entretanto, nos tempos atuais passaram a assumir nova feição com a urbanização da humanidade e com o impacto da violência urbana, praticamente inexistente no início do século XIX. Dessa maneira, as raízes biológicas do sentimento de proteção se somam aos fatores culturais de um amor maternal e paternal e a estes se agrega o medo de que os filhos possam ser ameaçados pelo sequestro, vítima de assaltos, assediados pela droga, atropelados pelos veículos, perseguidos pelos pedófilos. Ou seja, pais conscientes e protetores se transformaram em pais assustados. Mas, nem sempre esse susto chega com limites e, dessa forma, se assiste hoje uma ideia exagerada de superproteção, tão nocivos para a formação emocional de seus filhos, quanto pais ausentes e negligentes. Enfim, proteger é essencial, superproteger é atrapalhar o bom desenvolvimento educacional, pois existe claro limite entre uma preocupação compreensível ou uma obsessão castradora.

Na infância é, por exemplo, razoável cuidar de tombos, mas inaceitável que não possa brincar livremente com os amigos. Na adolescência esperar com expectativa a volta do garotão que mal conquistou licença para dirigir é compreensível, é exagero educacional negar qualquer forma de liberdade e privacidade.

A linha divisória de equilíbrio entre a proteção e a superproteção deve sempre ser balizada pelo bom senso. Assumir receios é aceitável, roubar a privacidade, um absurdo, uma vez que não há preparo para vida sem a ousadia de passos independentes.

Saber com quem anda os filhos é necessário, mas avidamente buscar nas Redes Sociais os colegas do filho para selecionar por ele, uma irresponsável violação da privacidade, que rouba ao filho um elemento essencial de seu desenvolvimento saudável que é a autonomia em tomar decisões e fazer escolhas. Solidarizar-se com a tristeza pela perda de uma paixão é válido, sofrer a mesma como doença incurável é chamar a si uma má administração de perdas que todo adolescente necessita construir.

É importante realçar que toda crítica que se busca fazer a superproteção não visa apenas preservar direito aos filhos à sua vida, mas também a sua saúde emocional. Crianças e jovens que não podem jamais sofrer e que jamais são aceitos por errar, são seres humanos que crescem com rebeldias, são adultos que não se preparam para frustrações. Nos Estados Unidos, pais com perfil exageradamente super protetor ganham o apelido de helicopter parents, ou “pais helicópteros” que pairam sobre a vida de suas crianças com doentio estardalhaço, agindo por ele, fazendo por ele e para ele atendendo as mínimas necessidades, intervindo em suas paixões e amizades, forçando a escola seguir passos que acreditam essenciais. Com essa ação, esconde dos filhos o constrangimento, sempre necessário para que se aprenda a cuidar da própria vida. O amargo preço da superproteção é anormal aumento de ansiedade, irremovível insegurança comportamental e, pior ainda, criação de sentimento de baixa autoestima ocasionando crianças e adolescente sem iniciativa, com medo de decidir e vergonha em pensar e sonhar seus próprios sonhos.

Em síntese, pais que verdadeiramente protegem e amam seus filhos devem ajudá-los a se afastarem do medo e da manha, da dependência e da impaciência, do egoísmo e da insegurança e isso exige freios ao sentimento exacerbado de superproteção.

Eduardamellosilva: omg digitou pouci ne fio
danielly109: a?
danielly109: q?
Eduardamellosilva: digitou pouquinho kkk
danielly109: kkkkk
Perguntas interessantes