Filosofia, perguntado por anjos09az, 10 meses atrás

Os três tempos concebidos por Agostinho e explique-os


anjos09az: e:x+y=1
anjos09az: R:x+y=1 lambida:x²+y²-6x+2y-3=0
anjos09az: Qual a relação entre a?

Soluções para a tarefa

Respondido por davegrohl2006
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Resposta:

A princípio, seriam o passado, o presente e o futuro mas nas "Confissões", Santo Agostinho tipifica o tempo da seguinte maneira: O presente; o presente que se presentificou (que virou passado) e o futuro presentificado (o presente que ainda será)  

Explicação:

É uma ideia um pouco complexa mas funciona assim:

1- O presente: O presente é a eternidade; ele é e nesse caso, identifica-se com o tempo de Deus, ou seja, em Deus não há a noção de tempo porque o presente das coisas garante a atemporalidade das mesmas o que podemos chamar de eterno.

2- O passado ou o presente presentificado: Neste caso, já conhecemos a noção do tempo porque o presente que antes era eterno e atemporal, sofreu como ação o instante, ou seja, a partir do momento que o presente se fez instante, ele já não mais "é" somente, mas agora ele foi um presente (foi eterno) e aqui começa a escala cronológica do tempo. Quando o presente se torna instante, as coisas passadas passam a ter cada uma o seu tempo que será diferente do tempo de Deus porque ao contrário do tempo divino, este passa a ser acumulativo e a ser humano porque se torna um tempo finito, conhece a finitude (coisa que o tempo de Deus é infinito, sem começo e nem fim)

3-  O futuro ou o futuro presentificado: É um tempo presente que ainda não se tornou instante mas já não é mais o presente puro, ou seja, é uma subcategoria de instante que poderiamos chamar de "imediato". Como o futuro ainda não é, ele nega a eternidade do presente e pelo fato de ainda não ter se tornado um instante, ele é imediato porque não recai sobre ele alguma ação que possa caracterizar tal mediação (já que ele não é e ainda pode ser, é uma possibilidade) no sentido de intervir entre o presente e o passado.

Só lembrando que essas noções de tempo são psíquicas sem chance de existir fora da alma e foi a solução para um problema levantado nas "Confissões" sobre o que seria o tempo para ele: “Se ninguém mo perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.”  

Espero ter ajudado!


anjos09az: Qual a relação entre o e o mundo interior proposta por Agostinho
davegrohl2006: Como assim? Você fala do eu interior? Caso seja, trata-se da relação com Deus do qual o ser humano é semelhante (análogo) quando este é iluminado pela luz divina emanada de Deus. O argumento da imagem e da semelhança de Deus (a imago dei) quer dizer que tanto Deus está no ser humano quanto o ser humano está em Deus e o que a razão humana (o intelecto) deve fazer é dar ouvidos a essa imago dei.
davegrohl2006: Nesse caso, a relação com Deus é de ordem espiritual, ou seja, ou ser humano ouve a voz do espírito que fala à alma e que o intelecto entende essa mensagem! Mais ou menos isso! Perdoe me a superficialidade pois não sou profundo conhecedor de Santo Agostinho e na faculdade, vi apenas noções!
davegrohl2006: Há um diálogo de Santo Agostinho com Adeodato (filho dele) que não lembro o nome dele e é usado muito na Filosofia da Linguagem como o modo que Santo Agostinho trata dessa relação ser humano e Deus! Além disso, no livro 6 se não me engano das Confissões há um trecho lá que séculos depois, Wittgenstein fundamentará sua teoria linguística em crítica a Agostinho!
davegrohl2006: Ah lembrei o nome do diálogo: "De Magistro"
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