Os temas valuation e criação de valor passaram a ter maior importância no Brasil principalmente após o período de privatizações de empresas e abertura econômica, verificado principalmente a partir da década de 1980. A globalização demonstrou na prática o que a teoria de Finanças repete desde seus primórdios: as empresas devem demonstrar capacidade em produzir valor econômico para serem atraentes aos investidores de mercado, para justificarem sua existência econômica, sendo o objetivo de qualquer empresa maximizar a riqueza de seus proprietários. Não basta somente o lucro contábil, o tamanho dos ativos ou o volume de vendas, o relevante é o resultado que excede ao custo de oportunidade dos provedores de capital. Essa realidade trouxe novos parâmetros para a avaliação de empresas no Brasil, tornando o valor apurado mais confiável e próximo dos investidores.
Nesse contexto mais moderno e competitivo do mercado, passou-se a aceitar que lucro não é a simples diferença entre receitas de vendas e despesas, ou também que ativo não é somente a soma dos bens, direitos e haveres mantidos por uma empresa. Lucro e ativos são conceitos econômicos e, como tal, devem ser avaliados pelo seu valor econômico criado, pelas suas expectativas futuras em produzir um retorno em excesso e utilizando uma taxa de oportunidade que exprime adequadamente o risco do investimento. O objetivo de uma empresa para os seus acionistas não está em seu valor total de mercado, mas no valor que supera o montante do capital investido, seja ele tratado a valor histórico, reposição ou de liquidação. É o que se entende por “riqueza econômica” e costuma ser denominado de goodwill.
Um aspecto desafiador das métricas de valor e do processo de valuation é ajustar o cálculo de seus diversos parâmetros à realidade de nosso mercado. A preocupação se inicia com o conceito genuíno e mensuração do lucro operacional, reconhecidamente mensurado de forma errônea pela nossa Contabilidade; com as dificuldades de cálculo do custo de capital próprio no Brasil, sendo processado geralmente por benchmark; com a realidade de nossas altas taxas de juros e dos créditos subsidiados presentes desde longa data em nosso mercado de capitais, fazendo com que o custo do dinheiro seja muitas vezes função da origem e não do uso dos recursos; com a dificuldade adicional de se definir uma estrutura ótima de capital pela relação incorreta entre retorno e risco, além da baixa oferta de crédito de longo prazo; com a forte concentração de capital verificada em nossas empresas, impossibilitando uma formação mais justa do preço de negociação das ações; com um mercado secundário de títulos de renda fixa ainda apresentando pouca liquidez e poder informativo; entre outras limitações.
2) Análise da situação problema
Os diretores da (fictícia) empresa MKD definiram uma estratégia de crescimento que envolve uma série de serviços que podem ser prestados com base nas ferramentas contábeis e econômicas. Uma dessas decisões envolve a realização da avaliação da empresa, com base no processo conhecido como valuation.
Você, um profissional experiente e dedicado, trabalha na MKD há 20 anos e vem construindo uma história de sucesso em sua atuação profissional, exercendo a função de contador. Seu trabalho é remunerado em R$ 60.000,00 por mês. Considerando encargos e benefícios o valor aproximado da sua hora é de R$ 800,00. Ao se reunir com a direção da empresa, recebeu a incumbência de decidir entre prestar o serviço conhecido como business valuation ou contratar uma consultoria especializada na área. Para você realizar o trabalho, calculou gastar aproximadamente 160 horas. Ou seja, o preço final em executar esse trabalho seria de R$ 128.000,00.
Para contratar uma consultoria, conforme sugestão dos diretores da empresa, você analisou que a empresa a ser contratada gastaria em torno de 200 horas. Considerando que um consultor pratique um salário mensal de metade do seu, o preço final será de R$ 80.000,00.
Ainda, considere, contador, que durante o tempo dedicado à execução dessa dinâmica avaliativa, podem surgir oportunidades de negócio para você, agregando um possível valor para a empresa, na ordem de R$ 300.000,00.
Enquanto responsável pelas finanças da empresa, qual decisão tomar: contratar a consultoria ou realizar o trabalho sob o enfoque da dinâmica valuation?
3) Em meio a essa contextualização, para contribuir na sua tomada de decisão, responda:
a) Em termos percentuais, quanto economizará contratando um serviço de consultoria?
b) Em termos absolutos, qual o custo de oportunidade de contratar o consultor, considerando o valor da hora trabalhada?
c) Suponha uma possibilidade de négocio, portanto, de R$ 300.000,00. Qual o custo de oportunidade para você em termos relativos?
Ps. Me apresente os cálculos por favor, não estou conseguindo faze-los.
Soluções para a tarefa
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Em termos percentuais, a decisão de contratar uma empresa é cerca de 37,5% (128.000-80.000=48.000 e, 48.000/128.000=0,375) mais econômica para a empresa, o que representa uma poupança de R$ 48.000,00.
Por outro lado, essa poupança será maior caso apareça alguma possibilidades de negócio no qual este funcionário seja necessário. Pondo assim a hipótese de aparecer uma possibilidade de negócio de R$ 300.000,00, o benefício perdido por conta da escolha em ser o próprio a realizar esta tarefa. Ou seja, o lucro da empresa foi sacrificado em R$ 300.000,00 para além dos R$ 48.000,00 de diferença.
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