os produtos do polo cerâmico de santa gertrude tem o mesmo de qualidade de dois paises europeus. quais são?
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17/10/2016 19h16 - Atualizado em 18/10/2016 19h40
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Da terra, berço da matéria-prima que dá origem aos revestimentos cerâmicos, nasce a argila, com características de qualidade nunca encontradas, até hoje, em nenhum lugar do mundo.
E é essa matéria-prima, um fator determinante para o crescimento do setor cerâmico de São Paulo. “O Polo cerâmico de Santa Gertrudes, especialmente o município em si, tem uma das maiores minas de argila do mundo”, diz Elson Longo, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Araraquara, e coordenador do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), um dos 11 Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP. “Além disso, a argila vermelha que aflora próximo à superfície da região é de ótima qualidade e os fabricantes não precisam colocar quase nenhum aditivo para fabricar os produtos. Esse é um importante diferencial competitivo”, diz Longo. Ele coordenou as pesquisas do projeto Consitec, no lado acadêmico, com pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), de São Paulo. “A tecnologia e o conhecimento gerado no projeto Consitec só foram possíveis com o financiamento da FAPESP”, diz Longo.
Por conta das propriedades da matéria-prima, os revestimentos cerâmicos feitos no interior paulista utilizam a moagem a seco, processo mais simples do que a “via úmida” e que proporciona uma redução de custos de até 50%. A preparação da massa para moagem a úmido, empregada em Santa Catarina e em algumas empresas do interior de São Paulo, requer várias etapas, enquanto no processo a seco a argila passa apenas por um moinho e já está pronta para prensagem. A argila encontrada na formação Corumbataí, na região de Santa Gertrudes, possui propriedades de plasticidade privilegiadas, o que permite um tempo de queima menor, elevando os índices de produtividade.
O estudo das propriedades da argila do interior paulista é o tema do doutorado do engenheiro de materiais Rogers Rocha, um dos donos do Grupo Rocha, em Cordeirópolis. “Existe uma grande diferença na argila dentro de uma mina e de uma mina para outra. Eu pesquiso as características mineralógicas, químicas e cerâmicas das rochas da formação Corumbataí, de onde é extraída a argila usada pelas fábricas locais”, afirma o pesquisador-empresário. “Entender melhor as características da matéria-prima vai nos ajudar a melhorar a qualidade dos itens que produzimos.” O Grupo foi criado há 64 anos pelo avô de Rogers. Como tantas outras empresas do setor da região, ela começou fabricando telhas e tijolos e passou a oferecer lajotões, um tipo de piso rudimentar. Atualmente fabrica por mês cerca de 2 milhões de m2 de revestimentos cerâmicos, utilizando a moagem a seco. “Esse processo é incomparável em termos de custo”, diz Rocha.