Português, perguntado por professoramarcia, 1 ano atrás

Os mais antigos contam que esta história aconteceu durante uma das piores secas ocorridas nas savanas, ao Sul da África. O sol forte castigava todos os seres vivos: plantas e animais. Logo os rios e lagos secaram, aumentando o sofrimento. O calor abria rachas no solo e levantava uma grossa poeira que borrava de cinza o céu borrado de azul. Os habitantes dos vilarejos, desnorteados, fugiram para as montanhas rogando por chuvas, mas não havia prece que desse jeito na calamidade. Um dia, porém, uma mancha escura despontou no horizonte. Todos ficaram alegres. Sinal de que as chuvas estavam se aproximando, mas um elefante desengonçado atrapalhou tudo, afugentando a nuvem. A galinha-d'angola que, naquela época, além de uma crista avermelhada no alto da cabeça, tinha as penas inteiramente pretas, não se conteve. Indignada com a atitude do elefante, correu horas e horas atrás da nuvem, suplicando para que ela retornasse sem se importar com os espinhos que iam rasgando-lhe as pernas desnudas. - Por favor, Senhora, volte! Por favor, Senhora, volte! – repetia sem cessar, enquanto o sangue escorria por suas feridas. A Dona das Águas, finalmente, parou e disse: - Por causa de sua persistência, da sua dor e da sua preocupação com o destino de todas as outras criaturas, eu regressarei. Graças aos meus poderes, interromperei a seca. - Obrigada - agradeceu a ofegante corredora. - E, como você se dirigiu a mim de um modo tão respeitoso, receberá de presente o brilho das gotas da chuva, que cairão sobre o seu corpo. Assim, será uma das aves mais bonitas da Terra. Não demorou muito para desabar um temporal, em meio a raios e trovões. A galinha d'angola, toda molhada, ganhou como ornamento os pingos que foram resvalando em suas penas, transformando-a, como fora prometido, em uma das aves mais lindas de toda a África. Devido à canseira da galinha-d'angola, suas descendentes ciscam por vários cantos do planeta, agitando a penugem de cor negra, como a pele da maioria dos povos de seu extenso continente. Enquanto exibem as penas salpicadas de pintas brancas, as galinhas-d'angola cacarejam como se estivessem expressando, até hoje, o esforço empreendido por sua ancestral: - Tô fraca, tô fraca, tô fraca, tô fraca! BARBOSA, Rogério Andrade. In: Outros contos africanos para crianças brasileiras. São Paulo: Paulinas, 2008. Adaptado. O texto de Rogério Andrade Barbosa é classificado como um conto africano. Esse gênero textual é marcado por ser transmitido oralmente de geração em geração. Tal característica pode ser observada na passagem A “Os mais antigos contam que esta história”. (parágrafo 1) B “durante uma das piores secas ocorridas nas savanas”. (parágrafo 1) C “Logo os rios e lagos secaram, aumentando o sofrimento.” (parágrafo 3) D “Os habitantes dos vilarejos, desnorteados, fugiram para as montanhas”. (parágrafo 4) Gostaria de tirar uma dúvida? Tire sua dúvida Material de apoio: Caminho das Pedras

Soluções para a tarefa

Respondido por makmorales
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Letra A: o elemento que demonstra a característica do conto africano, que sempre foi transmitido oralmente de geração em geração trata-se do trecho "Os mais antigos contam que esta história”.

Essa frase demonstra como é que as histórias dos contos africanos eram contadas, pois fica implícito que eram transmitidas de maneira oral, isto é falada, de geração em geração, o que manteve as raízes e a cultura daquele povo.

Abraços!

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