Os Jogos Olímpicos são um desafio ao bom senso. É correto afirmar, a partir da observação acima: *
(A) A ressalva − Todo o universo atlético ganha um sentido, no entanto − ga coerência entre a frase que inicia o texto e o desenvolvimento, até a conclusão final.
(B) O desenvolvimento do texto lhe acrescenta uma conclusão de certa forma incoerente, ao afirmar que há um percurso em cujo ponto de chegada a ênfase está menos nos músculos do que no uso da massa cinzenta.
(C) A opinião inicial, desfavorável à manutenção de certas modalidades esportivas que mostram como são instigantes os caminhos que a mente humana é capaz de percorrer, garante a unidade de todo o desenvolvimento textual.
(D) A afirmativa faz sentido até o último parágrafo, em que o autor se vale do mesmo tipo de linguagem crítica quando se refere às manobras cujo objetivo é enganar o adversário e que representam a intromissão do humor na competição.
(E) Para o autor, a realização dos Jogos Olímpicos na época contemporânea perdeu sentido, tanto por terem se transformado em um espetáculo grandioso de força e poder, quanto por serem uma releitura da Idade da Pedra.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Os Jogos Olímpicos são um desafio ao bom senso. Tome-se o arremesso do martelo. Terem inventado que tal coisa é uma atividade digna de ser praticada, digna de ser chamada de “esporte” e, para culminar, digna de figurar entre as modalidades olímpicas mostra como são instigantes os caminhos que a mente humana é capaz de percorrer. Tome-se o salto com vara. Por que saltar com vara? É outra invenção que só pode ser atribuída à tendência da mente humana em fugir do que é natural e razoável. E a corrida com barreiras? E o salto triplo? A rigor seria até dispensável o trabalho de selecionar uma ou outra modalidade. O esporte como um todo, e em especial a mania de superação que contamina seus praticantes, já repousaria sobre a premissa absurda de contrariar o prazer do sossego e do repouso.
Todo o universo atlético ganha um sentido, no entanto, quando nos damos conta de que ali se reencena a luta humana pela sobrevivência. A corrida tem sua origem na fuga das feras ou dos grupos rivais; a corrida com obstáculos, na dificuldade de superar os charcos, os barrancos e os espinheiros; o salto em distância, na ultrapassagem dos riachos; o salto em altura, na tentativa de alcançar os frutos no alto das árvores. Até o salto com vara ganha uma lógica: é o momento em que o homem primitivo se torna capaz de inventar ferramentas para superar os obstáculos impostos pela natureza. E o arremesso do martelo, assim como o do disco e o do dardo, visita a quadraem que o homem criou as armas para substituir os próprios punhos na caça e no enfrentamento dos inimigos.
Os Jogos Olímpicos miram na Grécia e acertam na préhistória. São uma releitura da Idade da Pedra. Ou melhor: uma parte dos Jogos. Os esportes com bola pertencem a outro capítulo da história da humanidade. Se nossos ancestrais demoraram tanto para inventar a roda, demoraram ainda mais para chegar à bola. A bola tem como principal característica uma esplendorosa inutilidade. É um brinquedo. As modalidades do atletismo lembram as sofridas necessidades da subsistência, na era em que a espécie procurava se consolidar sobre o planeta – fugir, comer, enfrentar o inimigo, contornar os obstáculos, conquistar a fêmea. Já a bola se notabiliza pela ausência de função nas lides pela sobrevivência. Por isso mesmo representa a conquista de um novo patamar, de inestimável valor, na escala da evolução: o patamar da diversão. Consolidada e confiante em si mesma, a espécie permite-se o luxo de brincar.
O arremesso do martelo, mesmo não sendo mais com martelo, continua assustador. Haja músculo, para atirar aquela bola de ferro. Haja peso, para dar os rodopios que precedem seu lançamento. É uma atividade que pode causar admiração pela força, nunca pela astúcia. Já os passes no futebol ou as levantadas do vôlei mostram que, nos esportes com bola, a força é temperada, e às vezes até substituída, pela habilidade. O martelo pode até causar assombro, mas nunca provocará um sorriso. Já o drible, no futebol e no basquete, ou a “largada” no vôlei, manobras cujo objetivo é enganar o adversário, representam a intromissão do humor na competição. Do martelo à bola, desenha-se um percurso em cujo ponto de chegada a ênfase está menos nos músculos do que no uso da massa cinzenta alojada no cocuruto do animal humano.
De acordo com o texto sobre os Jogos Olímpicos e as suas circunstâncias, é correto afirmar que eles estão conectados à mente humana e as suas boas características, que estão representadas no incentivo aos esportes (item C).
O espírito de superação dos Jogos Olímpicos instigam a sociedade de modo que as pessoas queiram sempre superar os seus limites e querer quebrar recordes.
Os jogos olímpicos tem como objetivo e intenção estimular o bom senso e a paz entre os atletas e as delegações. Por meio dos esportes, as boas características humanas como o espírito de competir sem agredir o adversário, onde as duas seleções dão o melhor de si, em busca da medalha.
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