[...] os indivíduos compartilham os mesmos anseios quando têm algum elemento de identificação entre si, ou algum fator objetivo que fundamente a expressão de sentimentos idênticos. E, na história moderna, esse elemento tem sido o Estado, na medida em que este, ainda hoje, ostenta as condições mais concretas de realização do sentimento nacional. Contudo, [...], extinguindo-se a figura do Estado como elemento promotor de uma identidade entre indivíduos, não se deve suprimir necessariamente o sentimento nacional, passando este, talvez, a expressar-se de outras formas”.
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As evidências mais atuais que hoje soam com ares de barbárie tem sido a grande
inquietação do homem contemporâneo. Como em outras crises da humanidade, a
educação tem sido solicitada a dar soluções e respostas em porque sendo ela o
instrumento de mediação dos saberes acumulados pela humanidade os
indivíduos que passam pelo seu crivo não têm conseguido refrear as incoerências
que tem danificado de forma incisiva todo o tecido social. Essas mesmas
inquietações foram objeto de investigação da Teoria Crítica por pensadores
alemães do séc. XX como Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. Demonstrando
uma preocupação sobre os efeitos do capitalismo na personalidade da classe
burguesa européia pós Revolução Industrial, esses filósofos e outros da chamada
Escola de Frankfurt identificaram que essa nova classe social estava se
submetendo a formas ideológicas de dominação contrárias aos interesses
emancipatórios. E isso se dava pelos mecanismos manipulatórios emanados dos
setores hegemônicos da sociedade, mecanismos esses denominados por eles de
indústria cultural. Isto é, um modelo de cultura planejada pelos setores
dominantes e difundida sob o engodo de ser popular destinada apenas ao
entretenimento e que assim foi denominado por seguir o mesmo planejamento,
esquemas e a padronização de uma produção industrial. Atraídos por uma
liberdade que a urbanização e o trabalho fabril supostamente passou a oferecer, o
burguês emergente deixou para trás seus costumes e sua própria cultura
enraizada em bases sólidas da tradição possibilitados pelo modelo de vida
agrária. O novo modelo de organização social que vigorava adotando o ideário
liberal capitalista passou a administrar, via cultura, as subjetividades dos sujeitos
a essa lógica como forma de se firmar. Conduzindo as massas a uma
racionalidade técnica que não transcende os espíritos da materialidade objetiva
esse modelo de cultura identificado por esses filósofos tem expropriado dos
indivíduos a condição de sujeitos pensantes das suas próprias realidades e da
barbárie da qual são seus produtores e produtos. Nesse contexto, sendo a cultura
popular sinônimo de espontaneidade, de construção, de identidade, de vivência,
de alteridade e de tradição, busca-se na cultura popular nordestina expressa no
Movimento Armorial de Ariano Suassuna mostrar em obras de grande potencial
formativo, a exemplo do Auto da Compadecida, como a convergência do erudito e
o popular resultam num terceiro elemento mantendo essas características. E
exemplos retirados dessas construções podem ser empregados para o repensar
de uma práxis educacional que leve os sujeitos a estabelecerem relações
autônomas para com o mundo circundante, como forma dela, a educação, não
formar indivíduos apenas adaptados à reprodução da realidade denunciada.
Palavras-chave: Cultura popular; Indústria Cultural; Teoria crítica; Movimento
Armorial; Educação; Emancipação.
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